O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), se apresentou à cúpula do DEM em um jantar nesta quinta-feira (21) como “opção” para a corrida presidencial de 2018. Segundo relatos de participantes, Doria deu sinais de que estaria disposto a migrar para a sigla para disputar a eleição.
O tucano adotou um tom cauteloso na conversa. Demonstrou respeito ao governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), seu padrinho político, mas indicou que pretende se posicionar como alternativa -dentro e fora do PSDB- na disputa pelo Palácio do Planalto.
De acordo com um dos presentes, Doria reforçou o discurso de que o PSDB e seus aliados precisam trabalhar com mais de um nome no caminho até a definição das candidaturas à Presidência. Seu objetivo é convencer as cúpulas partidárias de que o eleitor deve decidir decida qual é a melhor opção.
Há meses, o prefeito sinaliza interesse em concorrer ao Planalto e insiste que pesquisas de intenção de voto devem ser imprescindíveis na escolha do candidato. Sua estratégia é convencer o PSDB e siglas aliadas de que essa lógica deve ser seguida.
Doria não falou abertamente da possibilidade de deixar o PSDB caso seja preterido, mas deu sinais de que estaria disposto a migrar para o DEM caso a direção tucana escolha Alckmin como candidato e sequer considere seu nome para a disputa.
O prefeito reiterou, na conversa, que jamais faria qualquer movimento para atropelar Alckmin, mas disse reconhecer que as eleições de 2018 apresentam condições significativas para que ele se apresente para a corrida presidencial.
A visão de Doria tem respaldo entre alguns dos principais dirigentes do DEM. Eles consideram que a próxima disputa à Presidência será marcada por um descrédito com a política tradicional e que, por isso, Alckmin chegaria às urnas como uma figura desgastada, enquanto o prefeito paulistano teria maior potencial de vitória.
Aproximação
Doria recebeu os principais dirigentes do DEM para um jantar em sua casa, na capital paulista. Participaram do encontro o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), o ministro Mendonça Filho (Educação), o prefeito de Salvador, ACM Neto, o líder do partido na Câmara, Efraim Filho (PB), entre outros.
Na chegada, Maia chegou a afirmar que seu partido “com certeza” apoiaria a candidatura do prefeito à Presidência. “Se essa fosse a decisão do PSDB, e se o DEM não tivesse candidato, qual seria a melhor opção que não apoiar Doria?”, disse a jornalistas.
Perguntado se o DEM também apoiaria uma candidatura do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Maia titubeou, mas também disse que sim. “Se não tivermos candidato, apoiaríamos com o mesmo carinho.”
Alckmin ficou incomodado com as declarações. Aliados do governador procuraram integrantes do DEM para manifestar desconforto com os sinais de aproximação entre o partido e Doria. (Folhapress)
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