19 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:25

Doria nomeia aliado que tem bens bloqueados e dívida de R$ 60 milhões

João Doria. (Foto: Agência Brasil)
João Doria. (Foto: Agência Brasil)

O prefeito eleito João Doria (PSDB) anunciou nesta quinta-feira (17) para a direção da SP Negócios (empresa municipal que faz conexão com o setor privado) Juan Quirós, que teve bens bloqueados e é réu por sua atuação na esfera privada.

Quirós foi homem forte do comitê financeiro da campanha de Doria e é presidente da Investe SP (agência do governo do Estado responsável por fomentar o investimento em São Paulo). Em coletiva na sede da Fiesp, ele afirmou que as questões judiciais eram pessoais, e foi defendido por Doria.

“Ele não tem nenhum problema de Justiça que possa enquadrá-lo de ficha suja”, disse Doria. O prefeito eleito citou como exemplo de que a atuação dele não está comprometida o fato de Quirós atuar no governo de Geraldo Alckmin (PSDB).

Questionado por jornalistas sobre revelações feitas pela Folha de S.Paulo, Quirós afirmou que o processo a que responde está em segredo de Justiça e que por isso não poderia falar sobre o assunto. Disse que seus advogados falariam melhor sobre o tema.

Doria afirmou que posteriormente seria entregue um dossiê à imprensa explicando o imbróglio, por questão de transparência.

Processos

Ao todo seis propriedades da família foram bloqueadas em processo no qual Quirós é acusado de usar uma rede de offshores para ocultar ser dono de uma firma que faliu.

Quirós é réu em ações trabalhistas e movidas por empresas envolvendo sua atuação à frente da empreiteira Serpal. Ela integrava um grupo de sua propriedade, o Advento.

A empreiteira quebrou em 2014, mas tinha a saúde econômica questionada desde 2012. Segundo a firma que administra a massa falida, ela acumula uma dívida de R$ 61,7 milhões.

Quirós teve os bens bloqueados após ação movida pela multinacional alemã Continental. A empresa contratou a Serpal para construir sua segunda fábrica no Brasil e alega que pagou 135% do valor inicial do contrato -R$ 165 milhões- e a empreiteira entregou só 60% da obra.

Negócios 

Durante a coletiva na Fiesp para falar sobre oportunidades de negócios para a cidade, que contou com a presença de Paulo Skaf (filiado ao PMDB e presidente da federação das indústrias), Doria afirmou que pretende atuar pessoalmente para convencer empresários a atuarem em São Paulo.

“A Prefeitura de São Paulo não é atuante. Quero ser sempre muito educado com a gestão Fernando Haddad, [mas] ela não é propositiva. Nós vamos ser propositivos”, disse.

Questionado sobre o que fará de diferente em relação a gestões anteriores, como a do prefeito Haddad que prometeu trazer empregos pelo Arco do Futuro, ele afirmou que usará mecanismos já existentes para atrair o capital.

“Eu venho do setor privado e como tal terei uma política distinta para a captação de investimentos. Nós não temos arco do futuro nem arco do presente nem arco da esquerda ou arco da direita”, disse.

Folhapress

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