Em evento nesta quinta (14) para anunciar o apoio do DEM a sua candidatura ao governo de São Paulo, o ex-prefeito João Doria (PSDB) disse esperar que sua coligação estadual se espelhe na eleição nacional, em torno de Geraldo Alckmin, e voltou a afirmar que não disputará a Presidência.
“Peço que o senhor fique mesmo em São Paulo”, disse Milton Leite (DEM), presidente da Câmara de Vereadores da capital paulista, citando o “quadro nacional confuso”.
Em resposta ao comentário do vereador, Doria disse que o PSDB “só tem um candidato: Geraldo Alckmin” e foi aplaudido pelos correligionários. Afirmou ainda que trabalha para construir a coligação para um único nome de centro, “preferencialmente em torno de Alckmin”.
“É um desejo do Rodrigo Garcia [deputado federal pelo DEM], meu e de todos nesta mesa. Mas tudo tem o seu tempo”, disse Doria. Garcia foi secretário de Habitação de Alckmin – deixou o cargo no início deste ano – e, hoje, cotado para assumir a vaga de vice-governador na chapa. Essa composição, porém, ainda não foi definida, disseram o tucano e o demista.
Do lado de Garcia, a decisão nacional ainda está em aberto e o partido segue com a pré-candidatura à Presidência do deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara.
O ex-secretário paulista afirmou que, por ser um partido de centro, o DEM dialoga com partidos de direita e de esquerda. No entanto, disse, o apoio a nenhuma legenda específica foi colocado em discussão interna. Nesta semana, noticiou-se a aproximação do DEM com a candidatura presidencial de Ciro Gomes (PDT).
Acompanhado dos líderes dos partidos que compõem sua coligação – PTC, PSD, PRB e DEM -, Doria comparou o seu grupo de apoiadores com uma seleção de futebol. “Sabemos controlar a bola, fazer gols e jogar unido”, disse o tucano. O evento estava marcado para começar no mesmo horário da partida de abertura da Copa do Mundo, que era exibida em um telão antes do início da cerimônia.
Sem citar o nome, Doria alfinetou o antigo aliado e futuro rival nas urnas, Márcio França (PSB), governador de São Paulo.
Com o apoio do PP, que irá oficializar amanhã, França terá em torno de 20 minutos diários de inserção em rádio e televisão. Com o DEM, Doria fica na casa dos 18 minutos.
“Não basta ter mais tempo de TV, é preciso ter desempenho de TV”, afirmou o tucano sobre sua coligação que, segundo ele, “tem história”.
Em outra crítica velada, afirmou que não irá “politizar a segurança pública”. França criou um grupo de trabalho no governo para transferir a Polícia Civil da Segurança Pública para a Secretaria da Justiça. Na semana passada, o governador confirmou o apoio do PP a sua candidatura após negociar colocar a Polícia Civil sob a influência da legenda.
Não falou em “Márcio Cuba”, apelido que tem atribuído ao governador, a quem Doria quer associar à esquerda. Disse que sua candidatura é liberal: “Não é nem de esquerda nem de direita, é à frente.” (Folhapress)
{nomultithumb}
Leia mais:
- Alckmin é pressionado por aliados a assumir negociações por apoio
- Doria diz que há tempo para Alckmin se recuperar e nega disputar a Presidência
- ‘É tudo que queremos’, diz Alckmin sobre aliança com DEM
Leia mais sobre: Brasil