Os investidores mantiveram nesta sexta-feira (2) a cautela com o cenário político, com temores de que o ajuste fiscal seja prejudicado. No entanto, o dólar mais fraco no exterior, após a divulgação de dados de emprego nos EUA em novembro mais fracos que o esperado, favoreceram os negócios locais.
Foram criadas 178 mil vagas no mercado de trabalho americano em novembro ante outubro. O dado ficou ligeiramente abaixo da mediana das expectativas de analistas consultados pela Bloomberg, que era de 180 mil vagas.
A taxa de desemprego caiu 0,3 ponto percentual, para 4,6%, a menor em nove anos. Mas a surpresa negativa foram a renda média por hora, que recuou 0,1% em novembro na comparação mensal. As expectativas eram de alta de 0,2%.
Além disso, o número de empregos criados em outubro foi revisado para baixo, de 161 mil para 142 mil empregos.
Os dados mistos de emprego, porém, não alteraram as apostas de alta dos juros na reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) no próximo dia 14.
Após uma sessão volátil, o dólar comercial fechou em leve alta de 0,11%, a R$ 3,4730. Na semana, a moeda americana subiu 1,72%.
Já o dólar à vista, que fecha mais cedo, perdeu 0,28%, a R$ 3,4667, mas ganhou 1,42% na semana.
Contribuiu para conter a escalada do dólar a volta da atuação do Banco Central no câmbio. A autoridade monetária rolou 15 mil contratos de swap cambial tradicional que vencem em janeiro. A operação, equivalente à venda futura de dólares ao mercado, somou US$ 750 milhões.
No mercado de juros futuros, as taxas fecharam com leve queda no curto prazo, mas subiram no longo prazo, refletindo a maior cautela dos investidores.
O CDS (credit default swap) de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e outro indicador de percepção de risco, subia cerca de 1,3%, para 317 pontos.
Bolsa
Depois de operar em baixa no início da sessão, o Ibovespa fechou em alta de 1,36%, aos 60.316,13 pontos, recuperando-se em parte do tombo de 3,88% da véspera. O giro financeiro foi de R$ 9,2 bilhões.
Na semana, o principal índice da Bolsa recuou 2,02%.
As ações da Vale subiram 5% (PNA) e 4,13% (ON). Os papéis da Petrobras ganharam 2,52% (PN) e 2,41% (ON).
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN avançou 0,41%; Bradesco PN, +1,60%; Bradesco ON, +0,54%; Banco do Brasil ON, +2,06; Santander unit, +2,47%; e BM&FBovespa ON, +1,78%.
Folhapress
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