Depois de um começo de dia eufórico com a eleição de Jair Bolsonaro, o mercado financeiro inverteu o sinal na tarde desta segunda-feira (29). O dólar passou a subir, enquanto a Bolsa brasileira alterna entre perdas e ganhos.
Às 15h, a moeda americana avançava 0,95%, a R$ 3,69. Até o mesmo horário, a moeda oscilou da mínima de R$ 3,5830 à máxima de R$ 3,7070.
A Bolsa brasileira alterna entre perdas e ganhos. Há pouco, cedia 0,08%, a 85.648 pontos. No exterior, as Bolsas americanas perderam força: os índices S&P 500 e Dow Jones têm leve alta, enquanto o Nasdaq recua.
Para o operador de câmbio Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo Laatus, o mercado passa por um processo de realização de lucros após a confirmação da vitória de Bolsonaro.
“Para entender o dia de hoje tem que olhar os últimos 10 dias. O mercado já tinha precificado a eleição de Bolsonaro com o dólar a R$ 3,70”, diz.
“Ele ainda não resolveu os problemas do Brasil”, acrescenta Laatus sobre sua cautela para quedas adicionais no valor da moeda.
Robert Awerianow, especialista em câmbio da Frente Corretora, destaca que no exterior, o mercado piorou para moedas emergentes. De uma cesta de 24 divisas desses países, o dólar avançava sobre 18 delas.
O real é a segunda que mais perde valor, atrás apenas do peso mexicano. Awerianow afirma que notícias no mercado mexicano afetaram a moeda e pioraram o cenário para emergentes nesta segunda.
O mercado observa ainda notícias do governo Bolsonaro sobre o mercado de câmbio. Nesta segunda, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), indicado como futuro ministro da Casa Civil, afirmou que a nova gestão dará mais previsibilidade para o câmbio, mas que não haverá meta para o valor da moeda. Ele não explicou o que seria feito para dar previsibilidade à cotação da moeda.
No final de semana, o presidente eleito afirmou e que o Banco Central teria, além da meta de inflação, uma meta de câmbio. Atualmente, o Banco Central estabelece uma meta de inflação e toma as suas decisões de política monetária com foco nessa meta.
O câmbio no Brasil, segundo o tripé macroeconômico estabelecido no fim da década de 1990, é flutuante. O Banco Central entra no mercado apenas para conter movimentos de alta instabilidade.
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