12 de agosto de 2024
Economia

Dólar fecha a R$ 3,592 e acumula alta de 4,06% em 3 dias

O mercado de câmbio teve dois momentos distintos: pela manhã, com o exterior menos tenso e as bolsas de valores em alta no mundo todo, o dólar operou em baixa durante todo o período, chegando a atingir a mínima de R$ 3,517 (-1,18%). (Foto: Thaís Dutra)
O mercado de câmbio teve dois momentos distintos: pela manhã, com o exterior menos tenso e as bolsas de valores em alta no mundo todo, o dólar operou em baixa durante todo o período, chegando a atingir a mínima de R$ 3,517 (-1,18%). (Foto: Thaís Dutra)

São Paulo – A melhora do cenário internacional não foi suficiente para impedir a terceira alta consecutiva do dólar à vista, que fechou cotado a R$ 3,592 nesta terça-feira, 25, na máxima do dia, com valorização de 0,93% sobre o real. As incertezas do cenário interno foram determinantes para a manutenção da postura defensiva dos investidores, que se refugiam na solidez da moeda norte-americana.

O mercado de câmbio teve dois momentos distintos: pela manhã, com o exterior menos tenso e as bolsas de valores em alta no mundo todo, o dólar operou em baixa durante todo o período, chegando a atingir a mínima de R$ 3,517 (-1,18%). No início da tarde, no entanto, o mercado futuro passou a indicar alta da divisa, levando também à virada no mercado à vista no retorno do almoço. Com as últimas três sessões, a moeda norte-americana contabilizou uma alta de 4,06%.

Boa parte dessa valorização se deu na segunda-feira, 24, quando a cotação subiu 1,89%, influenciada pelo pânico no mundo todo diante dos sinais de enfraquecimento da economia chinesa. Hoje o dia foi de recuperação em praticamente todos os mercados, devido ao anúncio de medidas do banco central chinês para injetar dinheiro na economia local. As medidas na China geraram reações positivas, mas não eliminaram as dúvidas sobre a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) adiar para 2016 o início do seu ciclo de alta de juros. O dólar se desvalorizou frente a diversas moedas pela manhã, mas sofreu maior pressão no período da tarde, o que contribuiu, em parte, para alta por aqui. O cenário interno e todas as suas incertezas foi o que prevaleceu na alta frente ao real.

No cardápio doméstico, causou particular impacto a notícia de que o ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enviou ao Ministério Público de São Paulo relatório que detectou irregularidades em uma empresa contratada pela campanha de 2014 da presidente Dilma Rousseff. A empresa foi aberta em agosto de 2014 – a dois meses da eleição – e somente entre agosto e setembro emitiu notas fiscais no valor de R$ 3,683 milhões. Deste valor, R$ 1,651 milhão foi emitido em nome da campanha presidencial petista. A notícia foi interpretada como um sinal de que o cerco se aproxima da presidente Dilma, reforçando o discurso dos que querem seu afastamento.

Em função da disparada mais recente do dólar no Brasil, as mesas de câmbio já trabalham com uma moeda americana acima dos R$ 3,70 para janeiro, conforme cálculo feito pelo professor de Finanças Alexandre Cabral a pedido do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. O valor é calculado com base no dólar para setembro (o mais líquido), na curva de DIs e nos FRAs de cupom (tipo de derivativo cambial). Durante a tarde, o dólar para janeiro era cotado a R$ 3,732. Na prática, isso significa que quem entrasse em contato com mesas de bancos e corretoras para fazer alguma operação de hedge, por exemplo, encontraria uma cotação semelhante a esta para o dólar janeiro, mais algum spread. 

(Estadão Conteúdo)


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