19 de novembro de 2024
Economia

Dólar encosta em R$ 3,17 com exterior e dúvida sobre arrecadação do governo

(Foto: Agência Brasil)
(Foto: Agência Brasil)

O dólar encostou em R$ 3,17 nesta segunda-feira (21) e a Bolsa encerrou o dia perto da estabilidade após notícias indicarem que o governo pode ter dificuldade de obter a receita prevista para alcançar a meta de deficit fiscal de R$ 159 bilhões neste ano.

O dólar comercial fechou o dia com valorização de 0,69%, para R$ 3,169. O dólar à vista, que termina a sessão mais cedo, recuou 0,04%, para R$ 3,150.

A Bolsa brasileira teve queda de 0,12%, para 68.634 pontos. O volume negociado no dia foi de R$ 11,8 bilhões, acima da média diária do ano, de R$ 7,3 bilhões. O giro maior se deu por causa do vencimento de opções sobre ações, que movimentou R$ 4,6 bilhões.

A capacidade do governo de cumprir a meta de deficit fiscal voltou a ser colocada em xeque nesta segunda, com notícias desfavoráveis à arrecadação.

Uma decisão judicial suspendeu a venda das quatro hidrelétricas da estatal mineira Cemig na sexta (18). A AGU (Advocacia-Geral da União) já informou que deve recorrer, mas o mercado reagiu negativamente, pressionando o dólar, diz Bruno Foresti, gerente de câmbio do banco Ourinvest. A previsão do Planalto é levantar R$ 11 bilhões com as vendas.

“É um valor substancial e um ponto importante para fechar a meta de deficit de R$ 159 bilhões”, afirma Foresti.

O Refis (programa de refinanciamento de dívidas tributárias) é outra dúvida, depois de o texto atual, alterado na Câmara, ter reduzido a previsão de arrecadação de R$ 13 bilhões para cerca de R$ 500 milhões.

O governo ainda estima que pode aprovar um Refis com receitas mais elevadas, perto de R$ 8 bilhões.

“Essa incerteza em torno do quadro fiscal pesa contra, com a possibilidade de que haja um debate jurídico em torno dessa questão. Significa que o governo não aderiu totalmente à meta”, diz Julio Hegedus, economista da consultoria Lopes Filho.

No exterior, turbulências entre Estados Unidos e Coreia do Norte seguem preocupando os investidores. Um exercício militar conjunto entre EUA e Coreia do Sul aumentou a tensão com o regime norte-coreano, em meio às trocas de acusações pelos programas nuclear e de míssil norte-coreanos.

Para Pyongyang, esses exercícios são preparativos para uma invasão. Essas incertezas aumentam a aversão a risco e levam os investidores a recorrerem a ativos mais seguros, como o dólar e o ouro.

A moeda americana se valorizou ante 23 das 31 principais divisas do mundo. O ouro subiu 0,40%, para US$ 1.291,58.

O CDS (credit default swap), espécie de risco-país, recuou 0,12%, para 203 pontos.

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos. A taxa para janeiro de 2018 recuou de 8,060% para 8,040%. A taxa para janeiro de 2019 subiu de 8,050% para 8,090%.

Ações

Os preços do petróleo fecharam em baixa nesta sessão e puxaram as ações da Petrobras. As ações mais negociadas da Petrobras caíram 1,91%, para R$ 13,34. As ações com direito a voto recuaram 1,71%, para R$ 13,80.

A commodity teve queda de quase 2% antes do vencimento mensal do contrato nesta segunda-feira, recuando do rali da semana passada em meio a sinais de que o mercado global está começando a se reequilibrar do excedente.

Os futuros do Brent fecharam em queda de 2%, para US$ 51,67. O petróleo dos Estados Unidos encerrou em queda de 2,14%, para US$ 47,47.

A mineradora Vale teve alta, após avanço de 2,55% dos preços do minério de ferro. As ações ordinárias da Vale subiram 0,63%, para R$ 31,75. Os papéis preferenciais ganharam 0,65%, para R$ 29,53.

No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco perderam 0,73%. As ações preferenciais do Bradesco caíram 0,03%, e as ordinárias se desvalorizaram 1,12%. As ações do Banco do Brasil subiram 1,31%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil tiveram baixa de 0,91%.

As ações de exportadoras lideraram as altas do Ibovespa, graças ao avanço do dólar. As ações da Fibria subiram 4,20%, e as da Suzano se valorizaram 3,64%. (Folhapress)


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