A indicação de que o banco central americano está preocupado com a inflação nos Estados Unidos foi suficiente para que os investidores diminuíssem as apostas em um aumento de juros no país neste ano, aliviando a cotação do dólar em relação ao real. A Bolsa brasileira fechou em alta pelo quarto dia.
O dólar comercial teve queda de 0,88%, para R$ 3,147. O dólar à vista, que fecha mais cedo, caiu 0,74%, para R$ 3,165.
O Ibovespa, que reúne os papéis mais negociados na Bolsa, subiu 0,35%, para 68.594 pontos.
O início dos negócios no mercado financeiro brasileiro foi marcado pela repercussão em torno da revisão da meta de deficit fiscal, principalmente após a agência S&P Global decidir retirar a observação negativa da nota de crédito brasileira. A agência citou como motivos para a retirada o comprometimento do governo com o equilíbrio fiscal e com a agenda de reformas.
A revisão já era esperada, depois de adiamentos que aumentaram a cautela dos investidores e fizeram o dólar tocar R$ 3,20.
A agência de classificação de risco Moody’s também indicou que a revisão da meta não deve trazer impacto para a avaliação de rating do Brasil. “A magnitude da revisão em 2017 não afeta materialmente nosso cenário-base”, escreveu a analista sênior para ratings soberanos da Moody’s, Samar Maziad.
Mas a ata da última reunião do banco central americano acabou tendo influência maior para que o dólar intensificasse a tendência de queda. No documento, membros do Federal Reserve (Fed) demonstram preocupação com a inflação fraca e pedem a interrupção no aumento da taxa de juros até terem certeza de que essa situação era transitória. A meta de inflação do Fed é de 2% ao ano, mas os preços têm se mantido abaixo desse patamar há anos.
Até agora, o banco central americano elevou os juros nos EUA duas vezes. A taxa está na faixa entre 1% e 1,25% ao ano.
A desvalorização do dólar se deu entre as principais moedas do mundo. O dólar perdeu força ante 16 das 31 principais divisas mundiais.
O CDS (credit default swap, termômetro de risco do país) recuou 0,96%, para 199,3 pontos.
No mercado de juros futuros, a taxa para janeiro de 2018 recuou de 8,135% para 8,120%. A taxa para janeiro de 2019 teve alta de 8,060% para 8,080%.
Ações
No mercado acionário, o índice foi de vencimento de opções sobre o índice Ibovespa, que eleva o volume negociado e adiciona instabilidade ao pregão.
O volume transacionado nesta quarta-feira foi de R$ 21,3 bilhões, ante média diária do ano de R$ 7,42 bilhões. Das 58 ações negociadas, 34 subiram, 22 caíram e 2 fecharam o dia estáveis.
A queda dos preços do petróleo impactou os papéis da Petrobras, que caíram. As ações mais negociadas da estatal caíram 0,15%, para R$ 13,13. As ações que dão direito a voto tiveram baixa de 0,29%, para R$ 13,58.
A mineradora Vale teve alta de mais de 2%, apesar da queda de 0,96% dos preços do minério.
Os papéis ordinários da Vale subiram 1,96%, para R$ 31,73. Os papéis preferenciais se valorizaram 2,06%, para R$ 29,73.
No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco avançaram 0,20%. As ações preferenciais do Bradesco fecharam estáveis, e os papéis com direito a voto caíram 1,04%. As ações do Banco do Brasil perderam 0,81%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil tiveram ganho de 0,84%. (Folhapress)
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