21 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:31

Dois corintianos presos há 52 dias em Bangu devem ser soltos nesta quarta

Dos 28 corintianos que ainda permanecem presos em Bangu há 52 dias, dois deles tiveram habeas corpus concedidos nesta terça (13), informaram advogados que defendem torcedores envolvidos no caso.

Leandro da Silva Coelho e Victor Hugo de Oliveira devem ser soltos nesta quarta (14).

“Ele vai responder em liberdade, e fica impedido de deixar São Paulo e de frequentar estádios”, disse o advogado de Oliveira, Rodrigo Assef.

Um terceiro habeas corpus também foi julgado e negado nesta terça, último dia de sessão no Tribunal de Justiça do Rio antes do recesso de fim de ano.

Ao menos outros 19 habeas corpus haviam sido pedidos, mas não entraram na pauta da sessão, que depois desta terça só retoma no ano que vem.

O advogado Gaspar Osvaldo da Silveira Neto, um dos que não tiveram julgado o seu pedido, tentará a liberação de seu cliente com um pedido de extensão, quando uma decisão dada para um dos acusados vale também a outro envolvido no mesmo processo.

A advogada Luciene Teles, que conseguiu a liberação de Coelho, disse que vai ainda nesta terça até o Juizado do Torcedor, na Ilha do Governador, primeira instância do processo, solicitar a liberação de mais um dos envolvidos.

O caso envolvendo os corintianos teve início em 23 de outubro, cerca de 30 minutos antes do jogo de reabertura do estádio carioca após a Rio-2016, contra o Flamengo.

Torcedores rubro-negros jogaram copos na direção dos corintianos, que tentaram invadir a área flamenguista. Policiais militares reagiram, mas a quantidade de guardas não foi suficiente, e o confronto começou. Terminou sem feridos graves.

Uma hora após a partida, a PM separou os homens das mulheres e crianças e deteve cerca de 3.000 corintianos, ordenando que tirassem a camiseta. A ordem era para o reconhecimento dos que participaram da confusão.

Segundo advogados e familiares dos réus, os policiais, com base em imagens de TV, teriam selecionado cerca de 60 homens, todos com biotipo parecido (barbudos, tatuados, com excesso de peso e carecas). Eles alegam que foram torturados numa área do Maracanã sem câmeras.

No dia seguinte ao encarceramento, a Justiça converteu a prisão em flagrante dos torcedores em preventiva. Na decisão, da juíza Marcela Caram, constavam imagens de TV de apenas quatro dos 31 presos -a detenção se baseou no depoimento de quatro policiais.

Cronologia

23.out

Por volta das 16h30, corintianos e PMs entram em confronto; após a partida, cerca de 60 são detidos.

25.out

A juíza Marcela Caram determina a prisão preventiva de 31 dos torcedores, entre eles um menor de idade.

9.nov

O Ministério Público do Rio denuncia os 31 corintianos, por tumulto em eventos esportivos, lesão corporal, dano ao patrimônio público, resistência, corrupção de menor e associação criminosa.

16.nov

A vara da infância do Rio libera o adolescente, após concluir que ele não estava no estádio na hora da briga.

29.nov

A desembargadora Suimei Cavalieri concede habeas corpus a Michael Ricci e Gustavo Inocêncio; 28 ainda estão presos preventivamente.

13.dez

TJ do Rio julga três pedidos de habeas corpus, concede dois e indefere um, na última sessão do tribunal antes do recesso do Judiciário.

Folhapress

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