A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu vista para dar uma eventual nova manifestação da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre pedidos de impedimento que seu antecessor, Rodrigo Janot, havia apresentado ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o ministro Gilmar Mendes.
Janot pediu à ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo, o impedimento de Mendes para atuar em casos envolvendo os empresários Eike Batista, Jacob Barata Filho, conhecido como “rei do ônibus”, e Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro).
Os três foram presos em investigações no Rio e depois foram soltos por habeas corpus concedidos por Mendes, que converteu as prisões em medidas mais brandas (como prisão domiciliar).
As arguições de impedimento estavam à espera de decisão da ministra Cármen Lúcia. Agora, voltam para Dodge, que poderá manifestar um entendimento diferente do de Janot.
“A Procuradora-Geral da República requer vista dos autos para exame da matéria e manifestação eventualmente cabível”, escreveu Dodge à presidente do STF. O ato foi um dos primeiros de Dodge à frente da PGR, e entrou no sistema do Supremo na terça (26).
O ministro Mendes foi um dos fiadores da campanha de Dodge à PGR. Ela foi nomeada pelo presidente Michel Temer em junho. Pessoas próximas dizem que a procuradora-geral e o ministro se conhecem há muitos anos. Mendes já foi membro da Procuradoria, tendo ingressado na carreira pouco antes de Dodge. (Folhapress)
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