22 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 09:27

Dodge informa a Janot, por ofício, que visitou Temer para agendar sua posse

A subprocuradora-geral da República Raquel Dodge enviou na manhã desta quarta-feira (9) um ofício ao procurador-geral, Rodrigo Janot, informando que se reuniu com o presidente Michel Temer na noite de terça (8) no Palácio do Jaburu.

Segundo o ofício, assinado digitalmente por Dodge às 10h35, ela e o presidente trataram da cerimônia de posse. Dodge substituirá Janot na PGR (Procuradoria-Geral da República) a partir de 18 de setembro. O mandato do atual procurador-geral termina em 17 de setembro.

“Cumprimentando-o, participo a Vossa Excelência que ontem à noite [terça, 8], no Palácio do Jaburu, o Presidente da República comunicou-me que deverá viajar no dia 18 de setembro para os Estados Unidos, onde participará da abertura da Assembleia Geral da ONU, que se realizará no dia seguinte”, informa o documento.

“Por esta razão, tendo em vista que o mandato de Vossa Excelência terminará em 17 de setembro, a posse se dará às 10h30 da manhã do dia 18 de setembro.”

A visita de Dodge ao Jaburu foi registrada por um cinegrafista da TV Globo por volta das 22h e estava fora da agenda oficial do presidente. No início da manhã desta quarta, a futura procuradora-geral afirmou à reportagem que o motivo do encontro era discutir a agenda de sua posse na PGR.

AGENDA

O encontro de Temer com Dodge foi no mesmo dia em que a defesa do presidente pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a suspeição de Janot nas investigações que o envolvem. Advogados do peemedebista alegam que o procurador-geral persegue o presidente pessoalmente. Janot não comentou o assunto.

A reportagem perguntou ao Planalto por que o encontro não constou da agenda oficial. O palácio afirmou que ambos combinaram a reunião em cima da hora, por telefone.

Dodge foi nomeada por Temer para assumir o cargo de procuradora-geral da República logo após seu nome ser aprovado pelo Senado. Ela foi a segunda colocada na lista tríplice entregue pelos membros do Ministério Público Federal, que realizaram um eleição interna.

Caberá a Dodge comandar todo o trabalho da PGR que tramita no Supremo, incluindo as investigações da Lava Jato.

Temer já foi denunciado por Janot sob acusação de corrupção passiva, no caso da mala com R$ 500 mil entregue pela JBS a Rodrigo Rocha Loures, seu ex-assessor. Na semana passada, a Câmara suspendeu o andamento da denúncia.

O presidente é alvo de mais duas investigações na PGR: uma por obstrução de Justiça e outra por organização criminosa. A expectativa é que ele seja denunciado até o fim do mandato de Janot.

No domingo (6), Temer recebeu, também fora da agenda oficial, o ministro do STF Gilmar Mendes.

O escândalo da JBS, que veio à tona em maio, tem como ponto central um encontro de Temer com Joesley Batista, dono do frigorífico, no dia 7 de março no Jaburu. A conversa ocorrida no fim da noite não foi divulgada na agenda oficial do presidente. (Folhapress)

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