O presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Ricardo Yano, saudou ontem o recorde nas exportações brasileiras, anunciado pelo Ministério da Indústria e Comércio. As exportações de carne bovina atingiram o valor inédito de US$ 6,013 bilhões (1,36 milhão de toneladas) de janeiro até ontem. O resultado supera as vendas externas do produto em todo o ano de 2012, quando somaram US$ 5,74 bilhões (1,24 milhão de toneladas), valor recorde até então. Na comparação com o mesmo período de 2012, as exportações brasileiras de carne bovina cresceram 14,5%, em valor e 20,1% em quantidade.
Para Ricardo Yano, as “crescentes exportações decorrem dos investimentos postos em prática pelos pecuaristas tanto em Goiás como nos demais Estados brasileiros”. O presidente da SGPA está convencido de que “a colheita é farta quando se investe em tecnologia, que resulta em melhores pastos e em genética, com o constante aprimoramento do rebanho”. Yano lembra que o trabalho da SGPA conjugado com a Associação Goiana dos Criadores de Zebu (AGCZ) e demais núcleos, entre eles o do nelore, tem sido o de buscar “sempre um animal de qualidade para o abate”. Hoje, é comum na pecuária goiana o abate de animais de dois anos, ao contrário dos quatro, cinco ou mais de antes.
Principais compradores
Em 2013, os principais países compradores de carne brasileira foram Hong Kong, com participação de 21,8% do total vendido, seguido de Rússia (18,66%), Venezuela (11,95%), Egito (7,52%) e Chile (6,1%). “Mesmo sendo o maior exportador mundial de carne bovina, o Brasil continua a buscar e conquistar novos mercados”, afirma o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel.
O número de países para os quais o Brasil vende carne bovina aumentou de 106 para 142, entre os anos 2000 e 2013. Um exemplo desse crescimento é a Rússia. No ano 2000, não havia exportações brasileiras de carne bovina para aquele mercado. Este ano, a Rússia passou a ser o segundo principal destino da carne brasileira. “É um mercado importante que é acompanhado ao longo dos anos pelo MDIC e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em reuniões bilaterais, pois é o maior importador mundial de carne bovina”, diz o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Godinho.
O secretário lembra que o governo brasileiro discute periodicamente problemas de acesso a mercado, enfrentados pelos exportadores em reuniões bilaterais de comércio, com representantes de governos estrangeiros, e sempre após discussões com o setor privado. “A discussão dessas barreiras, nos âmbitos multilateral e bilateral, resultou em melhoria de acesso aos mercados canadense, sul-africano, coreano, chinês, americano, israelense e chileno, entre outros”, afirma Godinho.
Também passaram a comprar carne brasileira países como a Ucrânia, Líbia, Emirados Árabes, Cazaquistão, Argélia, Angola, Jordânia e Moldávia, que em 2000 não importavam carne do Brasil ou importavam muito pouco. Nesses 13 anos, o crescimento das exportações do setor foi de 637%. É quase o dobro do crescimento global das exportações brasileiras no mesmo período comparativo, que foi de 336%. Hoje, a carne bovina – in natura, salgada e industrializada, e os miúdos, língua e tripas – representa 2,5% de tudo o que o Brasil exporta.
Líderes em exportação
São Paulo lidera o ranking dos Estados exportadores, com US$ 1,9 bilhão em vendas entre janeiro e novembro de 2013 (32,1% do total). Em seguida, vêm Mato Grosso (US$ 1 bilhão; 17,4%), Goiás (US$ 825 milhões; 13,7%), Mato Grosso do Sul (US$ 590 milhões; 9,8%) e Rondônia (US$ 523 milhões, 8,7%). “Houve aumento expressivo das exportações de estados da Região Centro-Oeste e Norte, o que mostra a inserção de novas áreas produtoras, trazendo riqueza e emprego para a região”, lembra o secretário.
Nos últimos dois anos, o governo federal e o setor privado realizaram 18 ações de promoção comercial específicas para o setor de carne bovina, por meio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), entidade vinculada ao MDIC, com a participação Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
Leia mais sobre: Economia