23 de dezembro de 2024
Política

Disputa por mandato de deputado federal movimenta a base aliada

A disputa por uma vaga na câmara federal entre os políticos da base aliada esta movimentada. Alem dos atuais deputados que já estão nos cargos, membros do executivo vão deixar a administração para concorrer a eleição. Outros integrantes da base como o presidente da FAEG surgem como candidatos. Alguns deputados estaduais que tinham a intenção de disputar o mandato federal chegaram a rever os planos de disputa pelo mandato.

Eleição concorrida na base governista
Mandato de deputado federal entre os aliados deve ser muito disputado. Há mais nomes competitivos do que cadeiras no Congresso Nacional
Marcelo Tavares – Repórter de Política 

 

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A disputa por um mandato de deputado federal na base aliada do governador Marconi Perillo (PSDB) exigirá muitos votos. Muitos nomes importantes já estão definidos como pré-candidatos e um fato chama a atenção: com tantos postulantes com potencial de vitória, alguns certamente vão ficar de fora do Congresso Nacional. Atual¬mente as legendas governistas são detentoras de oito das 17 cadeiras pertencentes à bancada goiana na Câmara Federal. Para o próximo pleito a meta das legendas é audaciosa: eleger entre 12 e 13 parlamentares. No entanto, para isso precisarão de uma votação avassaladora.

Levando-se em consideração os números da última eleição para a Câmara Federal, em que os votos válidos somaram aproximadamente 3 milhões, os partidos governistas precisariam de cerca de 2,2 milhões de votos válidos em seus candidatos, uma tarefa quase impossível. Em um cenário mais próximo do real, os governistas devem eleger entre nove e 11 federais – em 2010, os partidos que integravam a coligação do governador Marconi Perillo ocuparam nove cadeiras.

Além da alta concorrência entre os nomes da base do governador Marconi, há outra novidade para a disputa do ano que vem: o fato de alguns nomes novos e com alto potencial de votos concorrerem à Câmara Federal pela primeira vez. Essas possíveis candidaturas com perfis consistentes têm feito alguns parlamentares desistirem de tentar a reeleição (leia texto abaixo).

Entre pré-candidatos da base governista que estão bem cotados e que vão concorrer pela primeira vez a um mandato federal estão o secretário estadual de Indústria e Comércio, Alexandre Baldy (PSDB); o se¬cre¬tário de Gestão e Plane¬ja¬mento, Giuseppe Vecci (PSDB); o secretário de Saúde, Antônio Faleiros (PSDB); o deputado estadual Fábio Sousa (PSDB); a vereadora por Goiânia, Cris¬tina Lopes (PSDB); o presidente da Federação da Agricultura (Faeg), José Mário Schreiner (PSD); e, possivelmente, o presidente da Ordem dos Advo¬ga¬dos do Brasil em Goiás, Henri¬que Tibúrcio (PSDB).

Tibúrcio e José Mário juntamente com Vecci e Baldy, por exemplo, nunca chegaram à concorrer a qualquer mandato eletivo, mas aparecem para a corrida eleitoral como opções bem cotadas para conseguir uma cadeira no Congresso Nacional. Contam a favor deles o fato de desenvolverem atividades que lhes dão grande visibilidade, seja em entidades classistas ou como integrantes do atual governo.

Vecci, Baldy e Faleiros são secretários estaduais e cumprem papel importante na atual administração estadual. Ganham destaque pelo trabalho que de¬senvolvem no auxílio ao governador, além da facilidade de despacharem diretamente com prefeitos e outros possíveis apoia¬dores, o que seria, em tese, uma concorrência desleal com os atuais detentores de mandato.

Inclusive, essa concorrência de ‘secretários-candidatos’ é motivo de descontentamento de outros governistas e, principalmente, de deputados da base que cobram do governador Marconi a antecipação da reforma administrativa no Estado – a data estipulada para as mudanças é dezembro. Assim, os atuais titulares se afastarão da gestão e não terão mais, em tese, vantagens sobre os demais candidatos. Parlamentares até reclamam que esses secretários estariam aproveitando de visitas do governador ao interior para se cacifarem eleitoralmente, tomando espaço de bases eleitorais dos atuais deputados.

Henrique Tibúrcio e José Mário Schreiner, por outro lado, são presidentes representativos de classes profissionais e têm forte apelo junto a advogados e ao setor do agronegócio, respectivamente. Fábio Sousa e Dr. Cristina Lopes ocupam cargos no legislativo. Ele é deputado e líder do governo na Assembleia Legislativa, além de líder evangélico; e ela ocupa uma das cadeiras da Câmara Municipal de Goiânia.

O fato é que nem todos vão conseguir se eleger e alguns importantes nomes ficarão sem mandato. O presidente regional do PSDB, Paulo de Jesus, reconhece que de pelo menos 11 nomes de maior visibilidade da sigla, pelo menos metade não conseguirão se eleger. “Quere¬mos fazer de 4 a 6 deputados”, explica o dirigente, ressaltando que os nomes são todos bons e que justamente por isso a disputa vai ser forte e dependerá do trabalho individual de cada um. “Ganhar vai depender do trabalho e capacidade de articulação de cada um”, frisa o tucano.
Para o vice-governador e presidente regional do PP, José Eliton, a base tem nomes consistentes e com chances reais de vitória. O partido também tem meta de aumentar sua representatividade na Câmara Federal. O objetivo é conseguir a reeleição do deputado Roberto Ba¬lestra (que ainda não confirma se será candidato, mas tende a ser) e Sandes Júnior, além de conseguir a eleição de mais pepista. Entre os nomes mais cotados para conseguir essa va¬ga estão o do conselheiro federal da OAB, o advogado Regi¬naldo Martins, e do presidente da Convenção Nacional das Assembleias de Deus Missão Brasil e Igreja Filiadas, Pedro Suitberto.

Vice-governadoria
José Eliton descarta ser candidato a deputado federal, caso não consiga se manter como vice-governador em uma provável candidatura à reeleição do governador Marconi Perillo. O vice-governador explica que não desfaz do trabalho no Con¬gresso porque acredita que ele tem um papel muito importante para consolidar a democracia, mas que tem convicção de que o PP estará representado com ele na chapa majoritária da base aliada. “É zero essa possibilidade (de ser candidato a deputado). Meu projeto não é esse e sim de ser candidato a vice-governador. Já coloquei isso com muita clareza na base”, ressalta Eliton, que completa: “Pessoalmente já tomei a decisão de que não vou concorrer na eleição proporcional nas eleições de 2014”.

Se manter na chapa majoritária encabeçada pelo governador Marconi é a luta atual de José Eliton, que se cacifou ao assumir o comando do PP estadual, depois de deixar o DEM. Em 2010 e sem nunca ter disputado uma eleição, o vice-governador foi indicado pelo deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) para compor a chapa majoritária do tucano. “Traba¬lho para estar com o governador Marconi Perillo, indo mais uma vez, buscar a sua reeleição e trabalho para que em 2018 eu seja o candidato ao governo de Goiás”, conta o pepista.

Bancada deve ser renovada
A próxima eleição para a Câmara Federal deve ampliar a renovação da bancada goiana em virtude da quantidade de parlamentares que vinham concorrendo ao cargo e que não devem ser candidatos no proximo ano, abrindo assim espaço para que novos representantes sejam eleitos. Pelas contas realizadas pela Tribuna do Planalto, há possibilidade de ao menos seis vagas ficarem abertas.

Carlos Alberto Lereia (PSDB), Leandro Vilela (PMDB), que es¬tão em exercício do mandato, e os licenciados Vilmar Rocha (PSD) e Leonardo Vilela (PSDB), já declararam que não vão concorrer a novo mandato de deputado federal. Lereia e Leonardo sinalizam que um dos motivos para a desistência é justamente a alta concorrência na chapa go¬vernista. Os dois também sofreram com desgastes em função dos desdobramentos da Opera¬ção Monte Carlo.
Outros deputados que po¬dem não concorrer são Ronaldo Caiado (DEM) e Armando Vergílio (SDD). O primeiro, inicialmente, quando pertencia à Terceira Via, pretendia concorrer ao Senado ou ao governo, mas após desavenças com o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, deixou o grupo e agora se coloca como pré-can¬di¬dato a presidência da Repú¬blica. Já Vergílio, que integrava à base de Marconi, desfiliou-se do PSD e ajudou a consolidar a estruturação do Solidariedade, partido pelo qual se declara pré-candidato ao governo de Goiás. Vilmar Rocha, por outro lado, já anunciou ser pré-candidato a senador, integrando a chapa majoritária governista.

Uma sétima vaga poderia ser aberta caso o deputado federal Jovair Arantes (PTB), caso não participe do pleito. Isso só seria viável no caso de haver a candidatura ao mesmo cargo do presidente da Saneago, José Gomes, que se filiou recentemente ao PTB ou do deputado estadual e secretário Estadual de Cidadania, Henrique Aran¬tes, filho de Jovair, que estaria disposto a tentar subir mais um degrau na carreira política.

Outro cenário que deixaria mais uma cadeira vaga se Jovair Arantes integrasse a chapa majoritária, como é a reivindicação do PTB. O partido vem cobrando maior participação no governo e espaço na cabeça de chapa da base aliada. O argumento é que a legenda é fiel ao governador e tem direito adquirido pela força política que possui.
Caso se confirme esse quadro de renovação, a maior das últimas legislaturas, muitas lideranças partidárias veem isso como positivo. “Essa renovação é boa, é salutar para o processo democrático e para a representação de Goiás no Congresso, porque há oportunidade de surgir novas lideranças, de segmentos sociais distintos, e se consolidarem” avalia José Eliton.

Ressaltando os quadros do partido, Paulo de Jesus sublinhou que novos nomes no Congresso podem significar uma oportunidade de levar pessoas que contribuam para um debate mais qualificado, inclusive, com condições de melhorar a imagem da política brasileira, que hoje não é bem avaliada pela população, de acordo com o dirigente. “Muita gente nova vai aparecer por conta da tomada de consciência da população que foi as ruas”, explica.
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Pré-candidatos a deputado federal da base governista

PSDB
* Antônio Faleiros (secretário Estadual de Saúde)
* João Campos (deputado federal)
* Valdivino de Oliveira (deputado federal)
* Alexandre Baldy (secretário Estadual de Indústria e Comércio)
* Giuseppe Vecci (secretário Estadual de Gestão e Planejamento)
* Dr. Cristina Lopes Afonso (vereadora por Goiânia)
* Fábio Sousa (deputado estadual)
* Geovani Antônio (vereador por Goiânia)
* Célio Silveira (secretário Estadual de Esporte e Lazer)
* Tiago Magioni (vereador por Jataí)
* Delegado Waldir Soares

PSD
* Tiago Peixoto (secretário Estadual de Educação)
* Heuler Cruvinel (deputado federal)
* José Mário Schreiner (presidente da Faeg)
* Pedro Ludovico Teixeira Neto (cartorário e neto do fundador de Goiânia, Pedro Ludovico Teixeira)
* Ademir Menezes (ex-prefeito de Aparecida de Goiânia)

PP
* Roberto Balestra (deputado federal)
* Sandes Júnior (deputado federal)
* Pedro Suitberto (integrante de movimento religioso)
* Reginaldo Martins (conselheiro federal da OAB)

PTB
* Jovair Arantes (deputado federal)
* José Gomes (presidente da Saneago)
* Henrique Arantes (secretário Estadual de Cidadania)

PR
* Magda Mofatto (deputada federal)

Atuais deputados e possíveis desistências 

Deputados federais em exercício
Armando Vergílio (SDD)
Carlos AlbertoLereia (PSDB)
Flávia Morais (PDT)
Heuler Cruvinel (PSD)
Iris de Araújo (PMDB)
João Campos (PSDB)
Jovair Arantes (PTB)
Leandro Vilela (PMDB)
Magda Mofatto (PR)
Marina Sant’Anna (PT)
Pedro Chaves (PMDB)
Roberto Balestra (PP)
Ronaldo Caiado (DEM)
Rubens Otoni (PT)
Sandes Júnior (PP)
Sandro Mabel (PMDB)
Valdivino Oliveira (PSDB)
Deputados licenciados
Vilmar Rocha (PSD)
Tiago Peixoto (PSD)
Leonardo Vilela (PSDB)

Deputados que não vão concorrer a Câmara
Carlos Alberto Leréia (PSDB)
Leandro Vilela (PMDB)
Leonardo Vilela (PSDB)
Vilmar Rocha (PSD)

Possibilidades de não concorrerem
Armando Vergílio (SDD)
Marina Sant’Anna (PT)
Ronaldo Caiado (DEM)


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