As disputas políticas no terceiro maior colégio eleitoral do estado respingam nas últimas semanas na base do governo estadual. O prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP), e outros integrantes do Progressistas trocam farpas com o MDB, que tem a vice na chapa de Ronaldo Caiado com Daniel Vilela.
A guerra de declarações começou quando Naves disse ao Giro, do Jornal O Popular, que Vilela trouxe à base “mais problemas do que solução”. A fala do prefeito foi vista pelos dirigentes do MDB anapolino como um ataque direto a Márcio Corrêa, que preside a sigla na cidade. Em Anápolis, a legenda é oposição à gestão do pepista.
Corrêa rapidamente respondeu e classificou Naves como “pequeno, paroquial e oportunista”. Segundo ele, os ataques a Daniel Vilela por parte do prefeito são provocações para tentar forçar um apoio do MDB à gestão dele. O dirigente partidário ainda afirmou que Naves faz “jogo duplo”. “Quando quis emplacar seu partido na Secretaria de Indústria e Comércio, correu atrás do Daniel para ajudá-lo. Como apoiou Zé Eliton e Marconi nas últimas eleições, faz jogo duplo o tempo todo.”
Caiado fala em diplomacia
Depois da crescente tensão em Anápolis, o governador Ronaldo Caiado entrou em cena para proteger o apoio que tem em Anápolis. O governador foi peça importante na reeleição de Naves, que também sempre expressa apoio a Caiado.
Nesta segunda-feira (27), em entrevista à Rádio Manchester, o governador lembrou que é natural de Anápolis e disse que vai atuar como diplomata para apaziguar os ânimos das lideranças da cidade.
“Hoje, aos meus 72 anos de idade, eu sou um diplomata. Eu sou um pacificador e, como tal, saberei administrar muito bem todas as dificuldades para que a gente chegue a um único objetivo: o bem do povo goiano”, destacou.
Com Vilela cada vez mais presente em Anápolis, Caiado também reafirmou que ele é quem se representa na cidade. “Quem é anapolino sou eu. Anápolis vai trocar o governador Ronaldo Caiado, que é governador e anapolino? Eu sou anapolino. A vida inteira fui eu que sempre representei Anápolis, que tem hoje o governador do estado. Nunca me omiti das ações em Anápolis e nunca precisei de porta-voz em Anápolis”, destacou.
PP endurece o tom
Além de cessar os ataques entre Naves e o MDB anapolino, Caiado terá que atuar para pacificar a relação com o PP. O presidente estadual da sigla, Alexandre Baldy, reforçou as críticas do prefeito e questionou a aliança da base governista. “O MDB tem se mostrado como forte oposição ao prefeito. Que aliança é esta?”
Baldy lembra que Anápolis é a maior prefeitura do partido em Goiás e disse que, com o MDB na oposição a Naves, “não há como ter grupo formado” para as eleições de 2022.
O presidente do PP no estado é um dos pré-candidatos ao Senado e já afirmou que não abre mão da candidatura. Dentro do governo, porém, muitos veem Caiado com mais afinidade com Henrique Meirelles (PSD) para completar a chapa majoritária. O governador tem dito que as pesquisas indicarão quem se somará a ele e Vilela na composição governista.
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