09 de agosto de 2024
"Substituto" do Telegram • atualizado em 01/05/2023 às 10:10

Discord: reportagem do Fantástico mostra crimes envolvendo jovens em desafios violentos e abusivos no aplicativo

Após matéria na TV Globo, assunto se tornou o mais comentado da internet na manhã desta segunda-feira (1); confira
Discord é um aplicativo de voz gratuito, projetado inicialmente para comunidades de jogos, mas que se tornou um tipo de "substituto" do Telegram ou Whatsapp. (Foto: reprodução)
Discord é um aplicativo de voz gratuito, projetado inicialmente para comunidades de jogos, mas que se tornou um tipo de "substituto" do Telegram ou Whatsapp. (Foto: reprodução)

Após uma reportagem chocante televisionada pelo programa Fantástico, da TV Globo, neste Domingo (30), sobre o Discord, o assunto se tornou o mais comentado na manhã desta segunda-feira (1). Apenas no Twitter são quase 500 mil citações e outras milhões de reações sobre o popular aplicativo de mensagens onde estão acontecendo crimes e menores de idade estão sendo expostos a conteúdos perturbadores.

Se trata de vídeos e conversas que incentivam a automutilação, abusos, tortura psicológica e vários outros tipos de crueldade contra animais e até pedofilia. Tudo tem acontecido ao vivo, a partir de desafios criados por criminosos. O motivo, segundo o Fantástico, a falta de monitoramento da própria plataforma do Discord, e também de pais e responsáveis, além da dificuldade de fiscalização abrem caminho para a violência, e podem se transformar em um pesadelo para pais e filhos, dentro de casa.

Isso tudo começou com a popularização do aplicativo como uma forma de substituir o Whatsapp, ou mesmo o Telegram. O Discord que, até então, era um aplicativo de voz gratuito, projetado inicialmente para comunidades de jogos, virou palco para que estes criminosos pudessem cometer abusos horríveis.

Como exemplo, o programa da Globo mostrou, após ser procurado por ativistas que acompanham redes sociais para identificar e denunciar crimes, o tipo de material violento disponível no aplicativo Discord. O que favorece os criminosos é que as transmissões ao vivo, se não gravadas por alguém, não ficam registradas.

Na reportagem ainda foram mostradas fotos e vídeos de pessoas ferindo o próprio corpo com lâminas – sendo que incentivo à automutilação é crime no Brasil – criminosos desafiando alguém a praticar violência contra si ou contra animais.

Uma das pessoas que foi presa por crimes por meio do Discord e exposta no Fantástico foi Izaquiel Tome dos Santos, de apenas 20 anos, mais conhecido como “Dexter” nos grupos do aplicativo. Ele foi responsável por chantagear, ameaçar e explanar informações de garotas menores de idade, Veja o trecho da reportagem abaixo.

Por fim, o programa da Globo afirmou que Nos Estados Unidos, o Discord já vem sendo questionado na Justiça e foi processada, junto com outros aplicativos, pela família de uma menina que, aos 11 anos, foi vítima de exploração sexual nas redes e tentou se suicidar.

Já no Brasil, pela lei, o Marco Civil da Internet, as plataformas não são responsabilizadas pelo o que é divulgado nelas, e ficam isentas de responsabilidade. As redes sociais e outras plataformas apenas retiram do ar conteúdos sob ordem judicial, mas como no Discord tudo acontece sem monitoramento devido e transmissões ao vivo que somem depois, fica difícil para a lei.

Em nota ao Fantástico, o Discord apenas informou que está “colaborando ativamente com o governo e agências de aplicação da lei no Brasil e nos Estados Unidos, enquanto trabalhamos para o objetivo comum de prevenir danos”.

Vale lembrar que, nesta terça (2), a Câmara dos Deputados vai votar o projeto de lei que tenta estabelecer regras para a regulação das plataformas digitais, por exemplo, responsabilizando-as por conteúdos criminosos.


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