07 de agosto de 2024
Brasil

Discípulo de Olavo e inimigo petista, conheça algumas ideias de Abraham Weintraub, novo ministro da Educação

(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O novo ministro da Educação tomou posse na manhã da última terça-feira (09/04) e parece que substituirá a altura o seu antecessor Ricardo Velez. Ao menos em questão de polêmicas e língua afiada. Abraham Weintraub é economista e mestre em administração na área de finanças pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O fato de dar aula na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ter participado na equipe de transição do governo e até dois dias atrás, ocupar a secretaria-executiva da Casa Civil, o credenciaram para a pasta.

Ainda é cedo para dizer como Weintraub irá desenvolver seu trabalho no ministério, mas suas declarações em palestras e entrevistas denotam sua admiração por Olavo de Carvalho, seu combate ao “marxismo cultural” e uma aversão exacerbada ao Partido dos Trabalhadores (PT).

Em entrevista ao Estadão, Abraham criticou os eleitores petistas:

“Uma pessoa que sabe ler e escrever e tem acesso à internet não vota no PT. A matemática é inimiga do obscurantismo. Eu não sou contra o petista. Tenho amigos que são petistas. Pessoas boas que não conseguem se livrar. Eu converso com as pessoas. Não é que eu tenho: ‘ah, demônio!’ Agora, sou contra o obscurantismo.”

Na mesma entrevista ressaltou que o Bolsa Família poderia ser retirado de alunos agressores:

“Se o aluno agride, o professor tem de fazer boletim de ocorrência. Chama a polícia, os pais vão ser processados e, no limite, tem que tirar o Bolsa Família dos pais e até a tutela do filho. A gente não tem que inventar a roda.”

Em setembro do ano passado, em uma live transmitida nas redes sociais em conjunto com Luis Philippe Bragança, que posteriormente foi eleito deputado federal, Weintraub sugeriu que as Universidades no Nordeste deixassem de aplicar disciplinas como filosofia e sociologia. O interessante seria focar no ensino da agronomia:

“Em Israel, o Jair Bolsonaro tem um monte de parcerias para trazer tecnologia aqui para o Brasil. Em vez de as universidades do Nordeste ficarem aí fazendo sociologia, fazendo filosofia no agreste, [devem] fazer agronomia, em parceria com Israel. Acabar com esse ódio de Israel. Israel, nas faculdades federais, é loucura o que você escuta, né?”, disparou.

Em uma palestra na Cúpula das Américas, no ano passado, Weintraub taxa o PT como inimigo e alerta que o “inimigo” não está morto. Ele relembra que o mesmo disseram sobre o fim do comunismo quando o muro de Berlim caiu em 1989, mas que hoje um regime comunista pode voltar a ser uma ameaça. No entanto, em seu discurso de posse Abraham Weintraub demonstrou um pouco de cautela e negou que tenha postura extremista. “O objetivo é acalmar os ânimos. Republicanamente, respeitando diferentes opiniões Eu não sou radical. Eu dialogo com diferenças”, salientou.

Abraham Weintraub é dá considerada “ala olavista” do governo. O novo ministro tem suas admirações pelo “guru intelectual” de Jair Bolsonaro. ““Ele tem ideias muito boas, mas não sigo ipsis litteris tudo o que ele fala. Não é que porque gosto de música clássica que não escute rock and roll de vez em quando”.

Olavo de Carvalho chegou a postar na tarde desta quarta-feira em seu perfil no twitter que o novo ministro da Educação não tinha nenhum compromisso com ele. “Ele apenas conhece as minhas idéias melhor do que as conhecia o seu antecessor, o que não significa que elas tenham moldado a sua mente.”

 

 

 

 

 


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