Em evento que elegeu Geraldo Alckmin presidente nacional do PSDB, neste sábado (9), tucanos lançaram o governador paulista em pré-campanha ao Palácio do Planalto, com um discurso centrado na busca pela recuperação da economia.
Alckmin defendeu a pauta de reformas do Estado, em uma tentativa de vincular o PSDB a essa agenda, e responsabilizou o PT pela recessão dos últimos anos.
“Temos compromisso com as reformas que vão dar condições para o Brasil voltar a crescer. Sabemos como chegar lá e não em bravatas de marketing. Sabemos fazer políticas públicas perenes”, afirmou na convenção do partido em Brasília.
Durante o evento, os dirigentes tucanos se esforçaram para abafar divisões internas que resistem no partido, apesar dos esforços de Alckmin para evitar a fragmentação.
O primeiro da linha sucessória no novo comando da sigla será o governador de Goiás, Marconi Perillo, seguido do deputado Ricardo Tripoli (SP). Com isso, Alckmin distribuiu a correntes divergentes as duas principais vices. Perillo é próximo ao governo e defende uma relação mais próxima ao PMDB. Já Tripoli é aliado do senador Tasso Jereissati (CE), que abriu mão de disputar a presidência do partido com Perillo em favor de Alckmin.
Aliados de Alckmin e do senador Aécio Neves (MG) também ocupam posição de destaque no novo comando do partido, que ficará no cargo pelos próximos dois anos.
A secretaria-geral ficou com o deputado Marcus Pestana (MG), próximo ao senador mineiro, e a tesouraria com o homem de confiança do governador paulista, deputado Silvio Torres (SP).
Lideranças da legenda tentaram demonstrar unidade. Eles se reuniram em um café ao lado do evento para chegar juntos ao salão de discursos. Foco das atenções, Alckmin posou para fotos com o prefeito de São Paulo, João Doria, os senadores Tasso Jereissati (CE) e Cassio Cunha Lima (PB) e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio.
As divergências, contudo, ficaram claras nos últimos dias durante a formação da chapa eleita neste sábado. Alckmin passou as últimas duas semanas concentrado em formar uma estrutura de comando do partido que contemplasse alas divergentes. Com isso ele evita enfrentar palanque dividido na disputa pela Presidência da República em 2018.
Alckmin queria sair do evento consagrado candidato tucano ao Palácio do Planalto, mas seus planos foram frustrados por Virgílio, que discursou anunciando sua pré-candidatura. O PSDB deverá realizar no início do ano que vem prévias para formalizar um candidato.
Ao se lançar pré-candidato, o prefeito de Manaus foi vaiado. Em resposta, disse que o gesto era de “mau gosto” e sugeriu aos militantes que vaiassem o deputado Jair Bolsonaro, pré-candidato ao Planalto, a quem chamou de “fascista e homofóbico”.
Virgílio ainda defendeu que o partido feche questão a favor da reforma da Previdência. Ele ainda falou que o PSDB deve “punir pessoas que pratiquem delitos ou corrupção”, sem citar nomes.
Outro a defender a votação da reforma da Previdência foi Perillo. O governador, contudo, não falou em apoio integral do partido, mas disse que esse é um tema de importância para os tucanos.
Apoio de Doria
Doria foi um dos primeiros a fazer discurso. Para se afastar da imagem de que disputaria com Alckmin a candidatura pela presidência da República, ele foi orientado por seus assessores a andar sempre ao lado do governador. Ao subir no palanque, fez uma fala elogiosa.
“Quero aqui reafirmar meu apoio incondicional a Geraldo Alckmin. Não apenas a presidente nacional do PSDB, mas também à presidência da República. Juntos temos a liderança de Geraldo Alckmin para caminhar à presidência da República do Brasil”, declarou.
Como costuma fazer, o prefeito voltou a dirigir críticas ao PT. “Lá em São Paulo nós arrasamos o PT na eleição no ano passado. Não há mais cinturão vermelho em São Paulo e também na região metropolitana. Só deu PSDB e partidos aliados”, declarou. (Folhapress)
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