Em meio à crise instalada pela prisão de Carlos Arthur Nuzman, o general Augusto Heleno pediu demissão do COB (Comitê Olímpico do Brasil).
Ex-comandante de tropas do país no Haiti, Heleno atuava no comitê como diretor do Instituto Olímpico e do departamento de Comunicação e Educação Corporativa da entidade. A informação foi publicada pelo jornal “O Estado de S.Paulo” e confirmada pela Folha de S.Paulo.
O COB, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que a saída do militar de seus quadros era programada. Ele ainda vai cumprir aviso prévio no comitê.
“A saída dele já estava prevista, por motivo pessoal, diante da decisão de voltar a morar em Brasília”, afirmou o órgão por meio de nota.
Heleno estava no COB há alguns anos a convite de Nuzman, de quem era próximo. Nuzman está preso desde quinta-feira (5) pela Polícia Federal por suposto envolvimento em esquema para compra de votos na campanha do Rio para sediar a Olimpíada de 2016.
Ele foi comandante da Missão das Nações Unidas no Haiti entre 2004 e 2005. Na ocasião, foi bastante criticado Estados Unidos, que o acusaram em um relatório de ter “feito pouco para estabilizar, proteger a população e impedir violações de direitos humanos”.
Um documento vazado pelo Wikileaks mostra que o então embaixador dos EUA no Brasil John Danilovich pediu a substituição do brasileiro, o que aconteceu em setembro de 2005.
O substituto no cargo se suicidou depois de quatro meses no cargo.
Anos mais tarde, no posto de comandante militar da Amazônia, ele criticou a postura do governo federal na demarcação de terras indígenas no território da Raposa do Sol em 2009.
Ao passar para a reserva, em 2011, ele defendeu o golpe de 64, por ter evitado a “comunização do país”.
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