O diretor da área financeira do BNDES, Carlos Thadeu de Freitas, confirmou nesta quinta (21) acordo para devolver ao Tesouro R$ 50 bilhões este ano e disse que os valores restantes ainda estão em negociação e dependem da retomada da economia.
Para minimizar o deficit fiscal, o governo solicitou ao banco a devolução de R$ 180 bilhões dos R$ 440 bilhões emprestados para a concessão de empréstimos subsidiados.
Freitas disse que R$ 33 bilhões serão transferidos ao Tesouro já na próxima semana. Os outros R$ 17 bilhões, só no mês que vem.
“A demanda do governo é corretíssima, porque ele não pode mais emitir títulos para financiar o custeio”, comentou Freitas, em entrevista após a abertura do Fórum Nacional, no Rio.
Ele ressaltou, porem, que ainda não há definição para a transferência dos R$ 130 bilhões restantes.
“É um valor que o Tesouro precisa e vamos tentar atendê-lo dentro do possível, de acordo com a capacidade do banco de emprestar”, disse ele.
O BNDES tem hoje R$ 170 bilhões em caixa e alega que pode ficar sem condições de atender à demanda por financiamento caso a economia volte a crescer.
“O BNDES precisa de funding para emprestar no longo prazo”, defendeu o diretor do BNDES. Ele disse também que a necessidade do governo pelos recursos pode ser reduzida caso a arrecadação reaja em 2018.
Segundo Freitas, o BNDES analisa oportunidades de captação com bancos de fomento internacionais, como o banco dos Brics e o alemão KfW, como alternativa ao dinheiro do Tesouro.
Além disso, o banco tenta convencer o governo a conceder parte das reservas internacionais como garantia para a tomada de financiamentos. (Folhapress)
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