A queda em 67% na demanda de passageiros do transporte coletivo, durante a pandemia do novo coronavírus, entre 15 de março e 9 de junho, período em que foram adotadas medidas de isolamento social, acabou afetando financeiramente as concessionárias do transporte coletivo. A Reunidas suspendeu temporariamente as atividades e outras empresas também podem adotar mesma medida
Segundo o diretor executivo da empresa, Henrique Vinícius da Paz, houve a queda de 67% na demanda de passageiros resultou em 2 milhões 285 mil passageiros a menos. Em receita foram mais de R$ 7,6 milhões perdidas, de acordo com o diretor. Em 2019, no mesmo período a receita foi de R$ 11 milhões, sendo que de março a junho de 2020, foi de R$ 3,849 milhões.
“A gente fez a operação até sexta, mas chegou difícil de continuar operando, por exemplo, a compra de óleo diesel, tivemos problema com carros parados por falta de peças e a questão dos salários atrasados de maio. Chegamos ao colapso financeiro e não nos restou outra saída a não ser a paralisação da operação”, disse.
Henrique Vinícius da Paz disse que a Reunidas tenta obter empréstimo junto a instituições privadas e ainda não desistiu de buscar uma ajuda do poder público. Acordo estava sendo construído com o governo do estado e prefeituras, mas os municípios mostraram resistência em fazer um aporte nas empresas.
“Foi constatado pelo próprio estado, pela Procuradoria Geral do Estado, aprovado pelos órgãos de controle, e o estado reconheceu R$ 23 milhões para o segmento de transporte em março e abril na RMTC, R$ 2 milhões correspondente a Viação Reunidas e não conseguimos viabilizar a compensação do déficit e não teríamos chegado a essa situação de suspender a situação”, declarou.
Segundo o diretor a situação da Reunidas é basicamente a mesma das outras empresas. Henrique Vinícius da Paz não descarta que outras concessionárias também venham a paralisar as atividades.
“A viação Reunidas é uma realidade que está no sistema. Essa situação dela de déficit financeiro não é uma questão da gestão da empresa, mas um problema do segmento, não apenas da região metropolitana de Goiânia, mas de outras capitais. Há sim o risco das demais empresas de suspender as operações devido a inviabilidade financeira que o sistema está passando”, disse.
Prestação compartilhada
O contrato de gestão do transporte prevê uma gestão compartilhada entre empresas nas diferentes áreas da região metropolitana. Segundo o diretor da Reunidas, a medida tomada no passado visa proteger a população, em caso de suspensão temporária do serviço, como ocorreu com a empresa neste momento, na região oeste da cidade.
“Nosso contrato já prevê uma operação compartilhada, a gente opera com duas empresas na região oeste, a Viação Reunidas e a Rápido Araguaia. Existe um dispositivo no contrato para que isso ocorra e evite que a população fique desassistida, por isso, outra empresa pode assumir temporariamente, sem prejudicar a população”, disse.
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