07 de agosto de 2024
Cidades

Direção do sistema prisional pretende remanejar líderes que provocaram rebeliões

Coronel Edson no momento da posse (Foto: Samuel Straioto)
Coronel Edson no momento da posse (Foto: Samuel Straioto)

Tomou posse nesta sexta-feira (5), o novo diretor de Administração Penitenciária de Goiás, coronel Edson Costa Araújo. Ele assume o cargo após a criação da diretoria que antes era uma superintendência da Secretaria de Segurança Pública. Durante a solenidade de posse foi destacada a necessidade de se remanejar os líderes das organizações criminosas que têm provocado rebeliões em Goiás.

Autonomia administrativa

Em dezembro do ano passado foi aprovada a lei estadual Nº 19.962 que criou a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária de Goiás e permite ao Executivo a gestão da vaga prisional, hoje exercida pelo Poder Judiciário. Segundo o secretário de Segurança Pública, Ricardo Balestreri a iniciativa fortalece a estrutura do sistema do Estado, que passa a contar com autonomia administrativa, orçamentária e financeira.

“Os senhores tem visto que desde quando cheguei há uma luta para separar as áreas de segurança pública e administração penitenciária. Quem prende não pode guardar. A mistura é do ponto de vista precisava ser superada. Fizemos três tentativas e na terceira tentativa nós conseguimos”, declarou.

Ricardo Balestreri disse que a administração fragmentada foi “uma grande colcha de retalhos” na administração das vagas. Ele declarou que a nova lei traz para a administração das vagas para o poder Executivo e não de acordo com o entendimento particular de cada juiz local. “Essa diretoria não foi criada agora, por conta das rebeliões. Nós já estamos trabalhando nisso há dez meses. O projeto foi aprovado antes de qualquer rebelião”, afirmou.

Remanejamento de presos

O novo diretor coronel Edson Costa participou das negociações durante tentativa de rebelião que ocorreu na noite da última quinta-feira (5), na Colônia Agroindustrial do Complexo Prisional do regime Semiaberto, em Aparecida de Goiânia. Nesta sexta-feira (5), houve nova tentativa, desta vez na Penitenciária Odenir Guimarães (POG). Ele disse que a médio prazo serão tomadas ações de forma imediata para melhorar a estruturação do sistema prisional em Goiás.

Ele reconhece várias limitações, mas afirmou que cerca de 10% da população carcerária em Goiás tem trazido problemas e podem ser remanejados. Inicialmente o realojamento será nas recém concluídas unidades de Anápolis e Formosa. Outros três presídios estão em fase de final de obras, entre eles de Planaltina de Goiás e Águas Lindas. “Eles vão entender daqui a pouco”, declarou.

O coronel Edson Costa Araújo destacou que nos municípios de menor estruturação ficarão presos de bom comportamento e que desejam passar por ressocializações. O diretor declarou que apesar dos problemas, o sistema prisional em Goiás está controlado. O diretor disse que as lideranças foram identificadas e serão remanejadas.

“A lei estabelece uma nova sistemática. Nós tínhamos presos de grande periculosidade, com aqueles. Vamos remanejar aqueles que estão tumultuando o processo. A grande massa não nos dá problemas, mas essas lideranças que vem agindo e nós teremos cinco unidades para fazer este remanejamento. Já vamos iniciar isso e todos os que não se adequarem, exercerem liderança negativa, vão passar a cumprir a pena no regime estadual com instrumentos tão rígidos como nos presídios federais”, afirmou.

Superintendência de Segurança Pública

O ex-superintendente de Administração Penitenciária, tenente coronel Newton de Castilho, assumiu a Superintendência Executiva da Secretaria de Segurança Pública. Em um curto discurso de posse, ele ressaltou a necessidade se valorizar os servidores do sistema prisional em Goiás.

Castilho estava à frente da área penitenciária desde o final do mês de julho, quando substituiu o coronel Victor Dragalzew na crise formada após a concessão de tornozeleira eletrônica ao ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, que foi flagrado pela Polícia Federal recebendo uma mala, em São Paulo, com R$ 500 mil que, segundo delatores do grupo JBS, se tratava de dinheiro de propina.

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