Após o sumiço do técnico do Atlético Goianiense, Marcelo Cabo, desde a madrugada do último domingo (15), houve boatos de que o técnico poderia ser demitido pelo clube. No entanto, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (18), a direção do Atlético-GO informou que manterá Marcelo Cabo no cargo.
“É uma decisão amadurecida. Após uma conversa transparente, ele mostrou total arrependeimento e sabendo que cometeu um grande erro para a vida particular e profissional. Dentro disso, entendemos que Marcelo merece uma oportunidade de mostrar seu valor. Ele sabe que neste momento vai trabalhar sempre na corda bamba, porque não tem margem para ele em todos os sentidos. Sempre vou dar respaldo para ele. Entendemos que o Marcelo vai se recuperar, vai ser verdadeiro. Para mim o mais importante é trabalhar com a verdade. Tive uma conversa honesta e franca com todos os jogadores para que possamos fazer isso. O grupo foi unânime de abraçar o Marcelo Cabo e vamos alcançar todos os objetivos, o Campeonato Goiano e o Brasleiro”, afirmou Adson Batista, diretor de Futebol do Atlético.
Segundo Adson Batista, os pedidos dos torcedores para manter o técnico foram relevantes, assim como a opinião da Diretoria e dos jogadores. “Sentimos que não poderíamos, neste momento, tomar uma decisão difente por entender seu valor e que não poderia ser aniquilada sua carreira. O Atlético nunca passou por essas situações, estamos dando oportunidade para Marcelo se recuperar. Amanhã todos nos podemos estar nessa situação”.
Questionado sobre o que houve no sábado (14) para Marcelo desaparecer e ficar dois dias sem dar notícias, o diretor de futebol explicou que ele teve uma discussão familiar. “Ele teve uma discussão familiar, teve um surto, disse que bebeu muito, teve algumas situações que ele tem que relatar. Me foi convicente, verdadeiro, em momento nenhum quis mentir, assumiu toda a responsabilidade. Sabe que vai ter muita dificuldade, trabalhar com desconfiança, mas são os desafios do profissional. Agora, vai depender dele. Se eu sentir, lá na frente, que tomei a decisão errada, que os resultados não vem, vamos tomar decisões. Não podemos ser omissos e temos que agir com a razão. Neste momento, pensamos no lado humano do Marcelo”, ressaltou.
Durante a coletiva, Adson também respondeu que as piadas são normais no futebol e que vão passar com o tempo. “Acho que foi muito grave como situação e como pessoa que tem comando, que é publica. Tem que ter todos os cuidados. Mas quem sou eu para julgar e crucificar as pessoas? Dentro disso, vamos recuperar o ser humano. Espero que Marcelo saiba entender isso e aproveite a oportunidade. Piada no futebol é normal, tudo na vida passa. O importante é a pessoa não persistir no erro e se preservar em todos os sentidos todos os dias.
Entenda o caso
O técnico Marcelo Cabo estava desaparecido desde a madrugada de domingo (15). A última vez que havia sido visto era por volta de 3h, saindo em seu carro, um Pálio Attractive branco. Na última segunda-feira (16) o Atlético registrou boletim de ocorrência na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) de desaparecimento. No entanto, no mesmo dia, Marcelo foi visto chegando ao prédio em que mora, localizado no Jardim Goiás, em Goiânia, em um táxi. O técnico entrou no prédio por volta de 15h48 e minutos deixou saiu no mesmo táxi.
Marcelo foi encontrado ainda na segunda-feira (16) pela Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) dentro de um motel, em Aparecida de Goiânia.
Também em coletiva de imprensa, o tenente-coronel Ricardo Rocha informou que as imagens feitas no momento em que Marcelo chegou em casa e o taxista foram fundamentais para a localização do técnico. “Vale ressaltar que ele não foi vítima de nenhum crime, ele não cometeu nenhum crime”, disse Ricardo Rocha.
Em entrevista à Rádio 730, o diretor de futebol do Atlético, Adison Batista, se disse bastante chateado com a situação, mas afirmou “que o mais importante é que Marcelo Cabo foi encontrado”.
“Perdemos um tempo precioso, há um desgaste, uma mídia muito negativa para o clube, é algo muito ruim. Mas vamos ouvir o que ele tem para dizer, não pode haver julgamento sem ouvi-lo. Acima de tudo está o Atlético e graças a Deus o pior não aconteceu, imaginávamos uma tragédia”, disse Adison Batista.
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