O tenente-coronel Mauro Cid, que está preso pela Polícia Federal (PF) sob suspeita de fraude no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teria vendido um relógio de luxo que pertencia à União e repassado o dinheiro para Bolsonaro ou sua esposa, Michelle Bolsonaro. Essa é a versão do advogado Cezar Bittencourt, que defende Cid, em entrevista à GloboNews, nesta quinta-feira (18/08).
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Segundo Bittencourt, Cid teria recebido a ordem de Bolsonaro para “resolver o problema desse relógio”, que seria um presente do governo da Arábia Saudita oferecido por autoridades a Bolsonaro durante uma viagem oficial em 2019. O advogado disse que Cid vendeu o relógio da marca Rolex por conta própria e que não sabe se entregou o dinheiro em espécie para a família Bolsonaro ou se guardou para devolver depois.
Em uma fala confusa, Bittencourt negou que Cid fosse confessar o mando de Bolsonaro, “não vejo Cid dedurando Bolsonaro” e disse que ele era apenas um assessor que cumpria ordens. O advogado também afirmou que a confissão de Cid se refere apenas ao relógio Rolex e não a outras joias que teriam sido dadas a Bolsonaro por autoridades estrangeiras.
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“Eu não disse que tudo era a mando de Bolsonaro. Disse que ele era um assessor que cumpria ordens. Pelo que me lembro, a ordem foi: ‘resolve o problema desse relógio’. Ele, como bom militar e assessor, tentou por conta própria resolver”, sublinhou o advogado.
Sobre ter recebido uma ligação do advogado Paulo Cunha Bueno, defensor do Bolsonaro, após a divulgação da entrevista a Veja, Bittencourt não vê nenhum problema e revela que foi só uma conversa entre dois profissionais e descartou qualquer relação com a matéria sobre a confissão de Cid.
“Eu falei com ele na madrugada. Ele me ligou. E não tem nenhum problema, não sei qual é a diferença, é um grande advogado com grandes referências que me foram dadas por outro profissional. Qual é o problema? Não tenho censura, não. Não tem problema nenhum. Não preciso esconder nem revelar”, afirmou o advogado.
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