Nas áreas não econômicas, a presidente decidiu manter José Eduardo Cardozo no Ministério da Justiça e é provável que Arthur Chioro continue na Saúde. Curinga na equipe, o governador da Bahia, Jaques Wagner, pode ocupar Comunicações, no lugar de Paulo Bernardo. Miriam Belchior, atualmente no Planejamento, tem chance de ir para Minas e Energia, pasta hoje dirigida por Edson Lobão (PMDB) – que teve o nome envolvido na Operação Lava Jato.
Brasília – A presidente Dilma Rousseff se reuniu ontem com o futuro titular do Ministério da Fazenda, Joaquim Levy, a fim de acelerar a apresentação de um “pacote” de resgate da credibilidade fiscal do governo. A posse da nova equipe econômica, com perfil diferente daquela que atuou no primeiro mandato de Dilma, deverá ocorrer nos próximos dias.
Levy, executivo do Bradesco, quer levar para o Tesouro Nacional a economista Eduarda La Rocque, em substituição a Arno Augustin. Presidente do Instituto Pereira Passos (IPP) da prefeitura carioca, Eduarda é formada na PUC-Rio, cuja escola de economia é símbolo da ortodoxia. Ela já foi casada com Edward Amadeo, ministro do Trabalho e secretário de política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso. Antes de assumir o IPP, comandou a Secretaria da Fazenda da gestão Eduardo Paes (PMDB) no Rio de Janeiro.
Complemento
Mais dois nomes devem compor a nova equipe econômica de Dilma: Alexandre Tombini, que será mantido no comando do Banco Central, e Nelson Barbosa, que vai assumir o Ministério do Planejamento. Dilma planeja indicar Arno para a presidência da Itaipu Binacional.
Nas áreas não econômicas, a presidente decidiu manter José Eduardo Cardozo no Ministério da Justiça e é provável que Arthur Chioro continue na Saúde. Curinga na equipe, o governador da Bahia, Jaques Wagner, pode ocupar Comunicações, no lugar de Paulo Bernardo. Miriam Belchior, atualmente no Planejamento, tem chance de ir para Minas e Energia, pasta hoje dirigida por Edson Lobão (PMDB) – que teve o nome envolvido na Operação Lava Jato.
Aliados
Com cinco ministérios, o PMDB já começa a reclamar da perda de espaço na equipe. Nem a sigla e nem o PT gostaram da indicação da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para o Ministério da Agricultura. Na tentativa de contornar o mal-estar, a ordem no PT é dizer agora que Kátia Abreu vai dirigir um ministério para cuidar do agronegócio, enquanto os petistas manterão Desenvolvimento Agrário para fazer a reforma no setor.
Mas sem ter um contra-argumento convincente, e receoso de prejudicar nomes preferidos pela cúpula do partido para a Esplanada, o PMDB decidiu não mais brigar contra o convite da presidente a Kátia Abreu. A partir de agora, o partido vai esquecer Kátia e lutar para fazer do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), o novo ministro do Turismo, além de influenciar na nomeação do deputado Elizeu Padilha (RS) para algum lugar na equipe do governo.
O partido quer manter ainda o ministro Moreira Franco à frente da Aviação Civil, além de, quando for a hora, dizer a Dilma que seria bom para a manutenção da base aliada e para a governabilidade as escolhas do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), e do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (AM) para algum ministério. Estes dois últimos disputaram os governos de seus Estados e perderam a eleição. Esperam ser compensados pela fidelidade.
Dilma, porém, já deixou claro que não deseja abrigar derrotados, à exceção do senador e ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria Armando Monteiro (PTB), que disputou o governo de Pernambuco, perdeu no 1.º turno e acabou com a pasta da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior. É uma forma de se aproximar dos setores produtivos, argumento também para o convite a Kátia Abreu, que é presidente da Confederação Nacional da Agricultura. (Colaborou Vera Rosa). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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