A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) minimizou as críticas feitas à aproximação do PT com políticos do PMDB para as eleições de 2018. Em entrevista à Deutsche Welle, nesta segunda-feira (13), em Berlim, a petista disse não achar “que perdoar golpista é perdoar o PMDB e o PSDB”.
“Acho que perdoar golpista é perdoar aquela pessoa que bateu panela achando que estava salvando o Brasil, e que depois se deu conta de que não estava”, afirmou. “Uma hora nós vamos ter que nos reencontrar. Uma parte do Brasil se equivocou. Agora isso não significa perdão àqueles que planejaram e executaram o golpe. Você tem uma porção de pessoas que foram às ruas e que estavam completamente equivocadas. Mas você não vai chegar para elas e falar ‘nós vamos te perseguir’. Precisamos criar um clima de reencontro, entende? Não vai ser um clima vingativo, não pode ser isso.”
Sobre as alianças que o PT tem costurado com políticos do PMDB, que, em sua maioria, apoiou o impeachment, Dilma disse que “dificilmente nós faremos aliança com o PMDB em nível nacional. Mas você vai falar que não pode fazer aliança com o [senador Roberto] Requião? O Requião é do PMDB, e uma pessoa que combateu o golpe. Você não vai fazer uma aliança com a Kátia Abreu? Ela foi outra que combateu o golpe.”
Questionada especificamente sobre o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem se aproximado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dilma disse que ele “não trabalhou a favor do golpe”.
A ex-presidente disse não descartar uma candidatura a cargo eletivo. “Não descarto, mas ainda não pensei de maneira séria sobre o assunto. No Brasil, se eu falar que não vou me candidatar e depois mudar de ideia, vou ter que dar um chá de explicações. Contemplo a possibilidade para não ter que dar explicação.”
Dilma criticou ainda alguns presidenciáveis, como o prefeito de São Paulo, João Doria, e o apresentador Luciano Huck. “Com o impeachment o PSDB acabou, sumiu. O que os conservadores conseguiram produzir? Produziram a extrema direita, o MBL [Movimento Brasil Livre] e o [Jair] Bolsonaro. E o que ainda é novo no Brasil? O gestor incompetente, tipo o Trump? O João Doria? Ou você deseja a política de animação de auditório como política social, que é o Luciano Huck? Isso é o novo?”.
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