A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) não compareceu à reunião da Comissão do Impeachment no Senado, mas enviou carta aos senadores nesta quarta-feira (6), em que afirma ser uma mulher honesta e que prometeu lutar com todos os instrumentos legais que existem para continuar sem mandato.
O ex-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU) e advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, a representou durante defesa e leu a carte de 28 páginas. “Alguns pareciam intransponíveis, mas eu consegui vencê-los. Já sofri a dor indizível da tortura, já passei pela dor aflitiva da doença e hoje sofro a dor igualmente inominável da injustiça”, diz o documento.
Ainda no depoimento por escrito, a presidente afirma ter cometido erros, mas que nunca foi desonesta. “Na minha vida, os que me conhecem sabem que incorri provavelmente em erros e equívocos, de natureza pessoal e política. Errar, por óbvio, é uma decorrência inafastável da vida de qualquer ser humano. Todavia, dentre estes erros, posso afirmar em alto e bom som, jamais se encontrará na minha trajetória de vida a desonestidade, a covardia ou a traição. Jamais desviei um único centavo do patrimônio público para meu enriquecimento pessoal ou de terceiros. Jamais fugi de nenhuma luta, por mais difícil que fosse, por covardia. E jamais traí minhas crenças, minhas convicções, ou meus companheiros, em horas difíceis”.
Além disso, Dilma destaca que está sendo processada por não ter dado apoio ao presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMBD), para se livrar de processo no Conselho de Ética da Casa.
“Sou alvo dessa farsa porque, como presidenta, nunca me submeti a chantagens. Não aceitei fazer concessões e conciliações escusas, de bastidores, tão conhecidas da política tradicional do nosso país. Nunca aceitei a submissão, a subordinação e a traição dos meus eleitores como preço a pagar pelos acordos que fiz. Este processo de impeachment somente existe por eu ter rechaçado o assédio de chantagistas”.
Com informações da Agência Brasil
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