23 de dezembro de 2024
Leandro Mazzini

Dilma e Sérgio Cabral

 

A presidente Dilma Rousseff não sabe o que fazer com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). Ele cobra apoio incondicional dela para seu candidato ao governo, o vice Luiz Fernando Pezão. E Dilma não pode segurar a ânsia do senador Lindbergh Farias (PT), também candidato apoiado discretamente por Lula.

Até poucos meses atrás, Lula fazia jogo duplo, e era reticente ao lançamento de Lindbergh ao governo, para não melindrar Sérgio Cabral e jogá-lo no time de Aécio Neves (PSDB), de quem o pemedebista é muito próximo. Mas algo aconteceu, o guru falou. E quando o guru fala, Lula ouve.

Foi ideia do marqueteiro João Santana endossar o petista Lindberg. Em outras palavras, soltou esta para Dilma e Lula: o PT elegeu o primeiro operário presidente do País, elegeu a primeira mulher, e vai eleger o primeiro cara-pintada governador. Alusão a Lindbergh, que surgiu aos holofotes nacionais como presidente da UNE durante governo Fernando Collor. Foi o suficiente para Lula se animar e liberar o pupilo.

A despeito da popularidade em baixa, Cabral ainda tem certo poder dentro do partido. Na segunda, o vice-presidente Michel Temer almoçou com ele e Pezão no Palácio das Laranjeiras. Temer levou o recado de apoio da presidente Dilma a Pezão durante a campanha, segundo contou o vice a este repórter.

Mas a relação da presidente com o governador já foi melhor. Em Julho de 2012, Dilma e Cabral conversaram por mais de uma hora dentro do carro dela, na base aérea do Aeroporto do Galeão. Cabral saiu do automóvel crente de que seria ministro nessa virada de 2014. Mas apareceram suas ligações com Fernando Cavendish, da Delta, na CPI do Cachoeira; revelaram-se as fotos das farras do governador em Paris e Monte Carlo, e as manifestações de Junho passado no Rio enterraram suas pretensões. Se hoje Dilma chamar Cabral para um café, ele saiu no lucro.

Um detalhe: no almoço no Rio, estreou como gente grande na cúpula do PMDB o primogênito de Cabral, Marco Antônio. Será candidato a deputado federal para honrar a prole e iniciar a hereditariedade política na família. Como divulgou a Coluna dia 3 de Dezembro de 2011, Marco Antônio fora visto em Outubro daquele ano se esbaldando com amigos na boate L’Arc, entre garrafas de Moët e Veuve Clicquot. Tudo bem, coisa de jovem, que pode pagar. A L’Arc é um dos point mais badalados de.. Paris.

Charge de Aliedo

O ‘Operário de Ponta Grossa’

aliedo-quartaA CPI da CBF pegava fogo na Câmara dos Deputados anos atrás, com clima tenso entre os parlamentares e os convocados para depor. Numa das passagens do então presidente da Confederação para depor, Ricardo Teixeira, um conhecido deputado quis se solidarizar com o cartola.

– Eu sei o que o senhor está passando, senhor Teixeira, à frente da CBF.. eu fiquei um ano à frente do Operário de Ponta Grossa e como eu sofri!.. – declarou, sem se dar conta de que colegas seguravam o riso.

Mas houve uma gargalhada geral no plenário. Só depois o parlamentar se deu conta dos trocadilhos na frase de duplo sentido que motivou os risos e provocações.

Ponto final

Apesar dos panos quentes dos dois lados, o PT não tirou do ar no Facebook a nota de ataque a Eduardo Campos (PSB).

________________________________________

Com Maurício Nogueira, Luana Lopes e Equipe DF e SP

 


Leia mais sobre: Leandro Mazzini