19 de novembro de 2024
Brasil

Dificuldade de aprendizagem fica mais evidente no período escolar

Profissionais podem ajudar a diminuir barreiras na aprendizagem. (Foto: Divulgação/Educa Mais)
Profissionais podem ajudar a diminuir barreiras na aprendizagem. (Foto: Divulgação/Educa Mais)

O seu filho tenta entender aquilo que o professor está explicando e não consegue? Ele sente dificuldade na hora de ler, escrever, calcular ou organizar as suas ideias? Se isso ocorre com frequência, ele pode ter dificuldade de aprendizagem. Essa dificuldade é uma condição de origem genética e sua manifestação ocorre desde a infância ficando em maior evidência no período escolar.

Se uma criança está indo mal na escola, não significa que ela não goste de estudar. A falta de concentração nos estudos pode ter outras origens. Por esse motivo, uma avaliação mais completa deve ser conduzida por uma equipe multidisciplinar. A equipe inclui psicólogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos. Cada um desses profissionais terá uma perspectiva a agregar na avaliação, evitando assim, atribuir o problema a uma causa única.

É preciso analisar também que o processo de aprendizagem envolve muitas variáveis e aspectos, como questões sociais, biológicas e cognitivas. Os profissionais da área de educação, precisam lidar diariamente com alunos que apresentam os mais diversos históricos. Alguns possuem uma condição socioeconômica desfavorável, outros não recebem o incentivo correto para o estudo em casa e há os que apresentam problemas biológicos – neste último caso, são os que entram no campo das dificuldades de aprendizagem.

Para essa identificação, o papel do professor é fundamental. Afinal, ele tem contato diário e tem acesso também às pessoas que o cercam – família, amigos e outros professores. “É possível perceber a dificuldade de aprendizagem de várias formas, pode ser através das atividades feitas em sala de aula ou em uma simples atividade de interação com outros alunos”, explica Jaciara Santos, coordenadora da Escola Santos Nobre.

“Quando percebemos que o aluno apresenta alguma dificuldade, chamamos os pais e tentamos analisar se existe algum fator externo que esteja influenciando. Se depois da conversa, o estudante não apresentar melhora, aconselhamos o acompanhamento com um profissional. A escola não possui psicólogo, mas temos parceria com alguns profissionais que sempre que precisamos estão na instituição”, conta Jaciara.

Se mesmo após uma mudança na abordagem educacional do professor, o aluno continua apresentando dificuldades que não decorrem de causas educativas, vai existir a necessidade de uma investigação mais aprofundada, que determinará as causas reais da dificuldade. Uma avaliação com um psicólogo é uma opção. “A psicologia traz instrumentos padronizados que esclarecem a compreensão dos processos de aprendizagem, como testes psicológicos que avaliam a inteligência, atenção, memória, habilidades matemáticas e aspectos emocionais. Dessa forma, é possível verificar se o aluno realmente possui algum transtorno ou dificuldade de aprendizagem”, explica neuropsicóloga Janaina Blumetti. 

Uma atitude de prevenção por parte dos pais e da escola pode ajudar na identificação de alguns sinais que não devem ser ignorados. O Educa Mais Brasil, o maior programa de inclusão educacional do país, possui parceria com 18 mil instituições. Entre as escolas que são parceiras do programa, existem instituições que possuem psicólogos e profissionais preparados para lidar com os alunos que sofrem com dificuldade de aprendizagem. Além disso, você ainda pode conseguir bolsa de até 50% que pode ajudar a você investir na educação do seu filho. Acesse o site do Educa Mais, procure uma escola do seu interesse e que seja próxima de você e matricule seu filho. 

O que fazer caso eu tenho dificuldade de aprendizagem?

A dificuldade de aprendizagem pode estar presente durante toda a sua vida, mas isso não significa que você não possa melhorar. Ao contrário, o acompanhamento adequado em casa, na escola e a ajuda de um especialista vão permitir que você encontre um caminho para superar essas dificuldades.

É importante pedir ajuda aos pais e professores. A escola precisa saber que você aprende de uma forma diferente. E se você souber qual é a sua melhor forma de aprender, seja, lendo, escrevendo, desenhando ou ouvindo, você deve dizer. Isso também ajuda.

Qual é o papel da escola?

A escola deve compreender que os alunos com dificuldade de aprendizagem não são incapazes de aprender. Ela deve, portanto, quebrar esses paradigmas de que um aluno com dificuldade de aprendizagem é fraco ou deficiente.

O professor também deve adaptar a metodologia de ensino para ajudar o aluno. E isso deve ser feito por meio da inovação na sala de aula e com atividades lúdicas. O objetivo é sempre estimular o aluno e desafiar sua concepção sobre as suas próprias limitações.

Confira alguns exemplos de dificuldade de aprendizagem:

Dislexia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam dificuldade de leitura. É muito comum, apresentando mais de 2 milhões de casos relatados por ano no Brasil.

Disgrafia: Os alunos que enfrentam esses distúrbio apresentam dificuldade na escrita. Isso inclui, principalmente, erros de ortografia, como trocar, omitir ou acrescentar letras.

Discalculia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio são afetados, principalmente, em sua relação com a matemática e os sinais envolvem dificuldade em organizar, classificar e realizar operações com números.

Dislalia: Esse distúrbio causa dificuldades na fala. Eles podem ter alterações da formação normal dos órgãos fonadores, dificultando a produção de certos sons da língua.

Disortografia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio geralmente também são afetados pela dislexia. Embora esteja relacionada à linguagem escrita, é mais amplo do que a disgrafia. A disortografia pode envolver desde a falta de vontade de escrever até a dificuldade em conectar orações.

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Os sinais são baixa concentração, inquietude e impulsividade. Foi constatado que uma das causas do TDAH é genética e que há implicações neurológicas. 

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