26 de novembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 01:06

Diante de Temer, Moro recebe medalha concedida pelo Exército

Sérgio Moro no Senado. (Foto: Renato Costa/FramePhoto/Folhapress)
Sérgio Moro no Senado. (Foto: Renato Costa/FramePhoto/Folhapress)

Com oito ministros investigados no rastro da Operação Lava Jato, o presidente Michel Temer participou nesta quarta-feira (19) de solenidade com o juiz federal Sergio Moro em comemoração ao Dia do Exército.

Na tribuna de honra, o peemedebista fez questão de cumprimentar o magistrado, mas eles não conversaram e não se sentaram próximos. O presidente foi embora do evento antes do magistrado, que se retirou na sequência.

O juiz foi um dos agraciados com a medalha de Honra do Mérito Militar, entregue pelo Exército a pessoas que tenham prestado serviços relevantes à nação brasileira.

A condecoração também foi concedida a militares, políticos, personalidades e juristas, como o apresentador Luciano Huck e os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. Os dois últimos não participaram do evento.

Em discurso no evento, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, afirmou que o país passa por uma “aguda crise moral”, expressa, segundo ele, “em incontáveis escândalos de corrupção”, que “comprometem o futuro” do país.

Ele ressaltou ainda que o momento de crise “embaça a percepção” do projeto de nação, que se dispersa “em lutas por interesses pessoais e corporativos sobrepostos aos interesses nacionais”.

Segundo ele, contudo, isso não pode “servir para disputas paralisantes” e a Constituição Federal deve ser respeitada, assim como “os valores da democracia”.

“O momento exige do povo e de suas lideranças a união de propósitos que nos catalise o esforço de regeneração, para restabelecer a esperança”, disse. “Não há atalhos fora da Constituição Federal”, acrescentou.

Ao todo, Fachin autorizou a abertura de inquéritos contra oito ministros, 24 senadores e 39 deputados federais, incluindo os presidentes da Câmara e do Senado.

Como presidente da República, Temer não pode ser investigado por episódios anteriores ao seu mandato. Ele, contudo, é citado em delações premiadas da Odebrecht.

Em uma delas, é acusado de ter comandado em 2010 reunião em que se acertou o pagamento de US$ 40 milhões de propina de um contrato da empreiteira com a Petrobras.

O presidente negou ter tratado de valores no encontro em São Paulo.

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