28 de novembro de 2024
Brasil

“Diálogo cabuloso”: Integrante do PCC ataca Moro e insinua bom relacionamento com o Partido dos Trabalhadores

O jornal Estadão teve acesso à interceptações telefônicas feitas com autorização judicial, pela Polícia Federal e publicou um áudio na manhã desta sexta-feira (09/08) em que é possível ouvir Alexsandro Roberto Pereira – conhecido como ‘Elias’, e apontado como tesoureiro do grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC), criticando o ministro da Justiça, Sergio Moro, e dizendo que tinha um ‘diálogo cabuloso’ com o PT. Elias, segundo a PF, é uma das lideranças do PCC. O Partido dos Trabalhadores (PT) diz ser vítima de armação “no momento em que a Polícia Federal está subordinada a um ministro acuado pela revelação de suas condutas criminosas”.

As interceptações são oriundas da Operação Cravada, que investiga o núcleo financeiro da organização.

Na gravação o líder da quadrilha não poupa xingamentos à Sérgio Moro e ao final do áudio insinuou: o PT tinha o alinhamento com o PCC, que este governo não tem.

“Com nois já não tem diálogo, não, mano. Se vocês estava tendo diálogo com outros, que tava na frente, com nois já não vai ter diálogo, não. Esse MORO aí, esse cara é um filha da puta, mano. Esse cara aí é um filha da puta mesmo, mano. Ele veio pra atrasar, ele começou a atrasar quando foi pra cima do PT. Pra você ver, o PT com nois tinha diálogo. O PT tinha diálogo com nois cabuloso, mano, porque… situação que nem dá pra nois ficar conversado a caminhada aqui pelo telefone, mano. Mas o PT, ele tinha uma linha de diálogo com nois cabulosa, mano….”, disparou.

Elias atua como uma espécie de tesoureiro ou utilizando a linguagem profissional do crime, “Resumo da Rifa”, isto é, é responsável pela hierarquização do grupo e também por tomar decisão e mando sobre os demais integrantes. Por meio das investigações foi possível elucidar que Elias também tinha a função de controlar contas bancárias “utilizadas pela organização para movimentar dinheiro de suas atividades ilícitas, principalmente, o tráfico de drogas”.

O PT afirma que não o áudio não passa de “armação forjada” e ataca o ministro Sérgio Moro: “Quem dialogou e fez transações milionárias com criminosos confessos não foi o PT, foi o ex-juiz”.

O posicionamento ainda diz que a notícia “vem no momento em que a Polícia Federal está subordinada a um ministro acuado pela revelação de suas condutas criminosas. Quem dialogou e fez transações milionárias com criminosos confessos não foi o PT, foi o ex-juiz Sergio Moro, para montar uma farsa judicial contra o ex-presidente Lula com delações mentirosas e sem provas. É Moro que deve se explicar à Justiça e ao país pelas graves acusações que pesam contra ele”, conclui a nota.


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