31 de agosto de 2024
Saúde • atualizado em 03/03/2024 às 16:00

Às vésperas do Dia Mundial da Obesidade, estudo liga ultraprocessados a mais de 30 doenças

Para falar da ligação entre a obesidade e o risco do consumo de tais alimentos, especialista destaca a necessidade de disseminar conhecimento sobre o sobrepeso
A pesquisa afirma que o número de óbitos por consumo de alimentos ultraprocessados chega a 57 mil por ano. (Foto: reprodução)
A pesquisa afirma que o número de óbitos por consumo de alimentos ultraprocessados chega a 57 mil por ano. (Foto: reprodução)

Dias antes do Dia Mundial da Obesidade, marcado em 4 de março pela Organização Mundial da Saúde (OMS), um novo estudo revelou que mortes prematuras podem estar atribuídas ao consumo de alimentos ultraprocessados no Brasil. A pesquisa, realizada por pesquisadores do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP (Nupens), Fiocruz, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade de Santiago do Chile, disse que o número de óbitos chega a 57 mil por ano.

Neste sentido, para falar da ligação entre a obesidade e o risco do consumo de tais alimentos, o médico intensivista e nutrólogo, José Israel Sanchez Robles, destacou a necessidade urgente de disseminar o conhecimento sobre o sobrepeso, que vai além do estigma social associado a ela. “Em meio a uma pandemia global, a importância desse dia se torna ainda mais relevante”, diz o especialista.

De acordo com os dados mais recentes da OMS, divulgados em 2022, aproximadamente 1 bilhão de pessoas em todo o mundo são consideradas obesas. Essa estatística alarmante inclui 650 milhões de adultos, 340 milhões de adolescentes e 39 milhões de crianças.

A prevalência global da obesidade quase triplicou entre 1975 e 2016, segundo o Observatório Global de Saúde da OMS, e as projeções indicam um contínuo aumento em grande parte dos países, incluindo aqueles com economias de baixa e média renda. “Essa escalada levou a obesidade a ser reconhecida como uma pandemia, embora seu impacto e disseminação tenham sido menos imediatos do que outras crises de saúde pública, como a pandemia de H1N1 em 2009 ou a pandemia de COVID-19”, afirma o médico.

“A definição da OMS estabelece que a obesidade é caracterizada pelo excesso de gordura corporal, em uma quantidade que representa riscos à saúde. Embora não haja um critério universal para determinar a obesidade com base no peso, uma pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) é igual ou superior a 30 kg/m2. Por outro lado, a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2”, reforça José Israel.

“Embora cada caso seja único, é essencial buscar orientação médica ao suspeitar de problemas de peso que possam afetar a qualidade de vida. O tratamento da obesidade geralmente envolve a adoção de hábitos alimentares saudáveis, com redução da ingestão calórica e aumento da atividade física, além do possível uso de medicamentos específicos”, complementou o médico, ressaltando que a intervenção medicamentosa deve ser complementar a uma abordagem centrada na alimentação equilibrada e na prática regular de exercícios físicos.

Em casos mais graves, como aqueles em que o risco à saúde é significativo, o especialista lembra da existência do tratamento cirúrgico, como a cirurgia bariátrica. “No entanto, é fundamental reconhecer que o sucesso a longo prazo no controle da obesidade requer um compromisso contínuo com a manutenção de hábitos saudáveis e uma abordagem multidisciplinar que inclua o acompanhamento médico regular”, pontua.

O Dia Mundial da Obesidade, juntamente com o resultado dessa pesquisa sobre alimentos ultraprocessados também servem como um chamado à ação para promover soluções práticas que facilitem o acesso a alimentos saudáveis e incentivem a prática regular de atividades físicas.

Embora seja um desafio enfrentar questões sociais complexas, como a disponibilidade e o custo de alimentos ultraprocessados, é essencial adotar medidas que promovam um estilo de vida mais saudável para todos. Isso inclui priorizar alimentos frescos e minimamente processados, bem como encontrar oportunidades para incorporar atividades físicas ao dia a dia, independentemente das limitações individuais.

“Por meio da conscientização e do compromisso com a mudança, podemos avançar na luta contra a obesidade e promover uma sociedade mais saudável e equitativa para todos”, concluiu o médico.


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