A geração exponencial de empregos prevista com a consumação da reforma trabalhista, aprovada em 2017, esbarra na frustração do crescimento econômico do Brasil. As informações são da Folha de São Paulo.
6 milhões de vagas eram previstas pela equipe do presidente Michel Temer, pouco antes de sua efetivação das mudanças da CLT (Consolidação das Leis de trabalho) em novembro de 2017.
Considerando trimestres cheios, o total de brasileiros ocupados passou de 90,3 milhões nos três primeiros meses de 2018 para 91,9 milhões neste ano, segundo dados do IBGE. Ou seja, em um ano, mais 1,6 milhão de pessoas estavam trabalhando. Bem aquém do número previsto inicialmente pelos organizadores da reforma.
A persistência do desemprego em níveis altos, combinada ao avanço de vagas informais e da subutilização (que inclui trabalhadores que gostariam de trabalhar mais horas), também pode afetar outros indicadores, como a produtividade.
Para alguns pesquisadores, essa é uma preocupação que pode ocorrer quando o desemprego elevado acontece por longos períodos. Em consequência disso, a tendência é prejudicar a produtividade dessas pessoas quando retornam ao mercado de trabalho. A longo prazo, isso gera prejuízos para economia.
Entrevistado pela Folha de São Paulo, Bruno Ottoni, pesquisador associado ao FGV Ibre afirma que mesmo com a crise, a reforma trabalhista pode contribuir para o mercado ao “criar vagas para quem não é aquele trabalhador típico”. A iniciativa esbarrou, segundo Ottoni, em uma Justiça que demora para criar jurisprudência. Os tempos nebulosos e as incertezas geradas com as eleições de 2018 também travaram a criação de novos postos de emprego.
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