O afastamento por questões psicológicas e emocionais está entre os mais comuns. Um levantamento do Ministério da Previdência Social, divulgado em janeiro, mostra que em 2023 o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concedeu 288.865 benefícios por incapacidade devido à disfunção da atividade cerebral e comportamental. Em referência ao Dia do Trabalhador, a conscientização da saúde mental no ambiente de trabalho recebe o foco dos empregadores.
Nesse sentido, os cuidados com a saúde mental é um dos fatores mais importantes. Diversas doenças mentais podem afetar os indivíduos no ambiente de trabalho, muitas vezes devido a uma combinação de fatores pessoais, profissionais e ambientais.
Em novembro do ano passado, a Lista de Doenças relacionadas ao Trabalho (LDRT) foi atualizada pelo Ministério da Saúde. De 182 patologias, a lista passou a contar com 347 condições, incluindo burnout, depressão, ansiedade, abuso de drogas e tentativas de suicídio.
A psicóloga Soraya Oliveira, destaca a importância das empresas promoverem práticas com foco em saúde mental. “Saúde mental deveria ser a questão mais preocupante em uma empresa, pois com o ambiente de trabalho estressante o número de pessoas que desenvolve ansiedade e depressão é frequente. É de extrema importância que as organizações busquem promover saúde mental entre seus colaboradores. Através de ações consistentes é possível incentivar o autocuidado, a busca pela saúde do corpo e da mente”, ressalta a especialista.
Ela cita as principais doenças emocionais que podem acometer o trabalhador. “As doenças relacionadas à saúde mental mais frequentes ocasionadas pelo excesso de trabalho são: insônia, síndrome de Burnout, síndrome do pânico, depressão, transtornos alimentares, problemas cardiovasculares, problemas de pele, ansiedade, estresse, ausência de libido, absenteísmo”.
Sintomas que merecem atenção
De acordo com Soraya, trabalhadores precisam se atentar às mudanças em seu comportamento para notarem que estão passando por problemas no emprego. “Podem aparecer sintomas diferentes dependendo do grau de estresse ou ansiedade que o trabalhador apresenta, como alterações de humor, alterações do sono, irritabilidade, ansiedade, alterações no apetite, alterações na pressão arterial, cansaço extremo, fadiga, problemas cognitivos, problemas intestinais, dores no corpo, falta de ar, medo, dor de cabeça, dificuldades interpessoais, ausência da libido e uma repetição frequente de motivos para justificar ausências, portando ou não atestados médicos”, elenca a psicóloga.
A especialista cita alguns fatores que costumam prejudicar a saúde mental das pessoas no emprego. “As alterações emocionais provocadas no trabalho vem acompanhadas de algum tipo de excesso ou abuso físico, psíquico, social, econômico, familiar ou outros para que possa desencadear uma doença psíquica que possa trazer danos ao empregado e ao empregador”, pontua.
O tratamento para esses problemas normalmente são feitos com psicólogos ou psiquiatras. Contudo, é possível evitar essas situações. “As doenças relacionadas à saúde mental no trabalho podem ser evitadas caso haja um bom senso entre empregador e empregado ao que se refere a noção de limites, ambiente de trabalho, carga horária, remuneração compatível a função e horário de trabalho, espaço físico, mobiliário adequado, sala de descanso, espaço para atividade física, alimentação, respeito aos horários, metas exageradas, cobrança de desempenho, férias, recesso e bom senso, partindo do princípio que desempenho é pessoal”, destaca a especialista.
De acordo com a psicóloga, um bom lugar para se trabalhar é benéfico para todos. “Uma empresa que investe em ações para promover a saúde mental no ambiente de trabalho tem como retorno colaboradores felizes e prontos para darem o seu melhor em cada setor de atuação que estiver. Investir em saúde mental é promover autocuidado para melhores resultados no desempenho do trabalhador”, salienta Soraya.
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