23 de novembro de 2024
Sexo • atualizado em 31/07/2022 às 07:31

Dia do Orgasmo: de sextoys à companhia, tema ainda é tabu e barreira para muitas pessoas

Pesquisa mostra que enquanto homens enfrentam dificuldades em fazer mulheres gozarem, mulheres também ficam na dúvida sobre ápice sexual
Data foi criada por sex shop britânica, em 1999, para mostrar a importância de ter uma vida sexual mais satisfatória para alcançar uma vida plena e feliz. (Foto: reprodução)
Data foi criada por sex shop britânica, em 1999, para mostrar a importância de ter uma vida sexual mais satisfatória para alcançar uma vida plena e feliz. (Foto: reprodução)

Enquanto vivemos em uma realidade onde a compra de próteses penianas, lubrificante íntimo e medicamentos para tratar disfunção erétil com dinheiro público é normatizado, assuntos como o orgasmo, que tem seu próprio dia e é comemorado todo 31 de julho, são taxados como tabu. Uma das provas disso é de que uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) em 2020 mostrou que 55% das mulheres brasileiras não atingem o orgasmo durante a relação sexual. O principal fator, é o desconhecimento feminino do próprio corpo.

O Dia do Orgasmo, a propósito, foi criado em 1999 por uma sex shop britânica, queria mostrar a importância de ter uma vida sexual mais satisfatória para alcançar uma vida plena e feliz.

Já do lado dos homens, 95% são mais propensos a atingir o orgasmo durante a relação sexual, porém, outra pesquisa, esta realizada pela marca francesa de lingeries, a Soft Paris, lá em 2014 (outro fator é a falta de pesquisas atuais sobre o assunto) mostrou que eles ainda têm muito a aprender. Neste estudo, metade dos homens responderam não saber se fizeram suas parceiras terem orgasmo e mais da metade das mulheres entrevistadas disseram que os homens falam mais do que fazem quando o que está em questão o ato de dar prazer.

Para o sexólogo Ricardo Prates, o problema, tanto para mulheres, quanto para homens, sobre o assunto orgasmo, a cultura machista é uma das grandes responsáveis. “Quando você lembra que para as mulheres é tudo mais difícil, seja no trabalho, na vida social, pessoal, você entenderá que na vida sexual também há problemas”, disse ele.

“O fato de o homem ser considerado o centro de tudo, estar quase sempre, majoritariamente, nas posições de poder, reflete até mesmo, na vida sexual. Veja o caso das próteses penianas e viagra comprados com dinheiro público para militares do exército: é claro que houve pessoas que criticaram, mas a maioria não viu problemas e a justificativa oficial inclusive citou e defendeu que estes homens mereciam ter uma vida sexual saudável. Mas e se fosse para mulheres?”, disse e questionou o profissional.

Ajuda na hora “H”

Um estudo recente publicado no Journal of Sexual Medicine indica, que uma das posições mais eficaz para alcançar o orgasmo, é o famoso “papai e mamãe”, nessa posição a penetração é mais profunda já que os órgãos estão mais próximos, e com o auxílio de um travesseiro na pelve favorece muito a relação. Além disso, Ricardo pontuou alguns tipos de orgasmo.

“Orgasmo clitoriano são os favoritos de muitas pessoas e podem ser alcançados através da estimulação do clitóris com movimentos e intensidades variadas. Já o orgasmo vaginal tenta atingir o ilustre Ponto G, um deles, e podem ser mais difíceis de conseguir. Estudos demonstram que quase 80% das mulheres não conseguem atingir o orgasmo apenas através da penetração. O orgasmo anal tem um enorme potencial, mas é um dos que as pessoas mais tem preconceito; porém é uma área repleta de terminações nervosas prazerosas, sendo possível alcançar outras zonas erógenas indiretamente, incluindo o ponto G e a próstata, no caso dos homens”, explicou o sexólogo.

Sextoys

Há também outro fator, o de que cada pessoa é única e possui seus métodos de sentir prazer. Sextoys, por exemplo, favorecem o orgasmo para muitas pessoas, estejam elas sozinhas ou acompanhadas. Uma boutique de luxo sensual de São Paulo chamada Lovetoys, por exemplo, apresentou uma coleção de “brinquedos” capazes de estimular a região clitoriana, favorecendo o orgasmo e o autoconhecimento corporal. Entre eles o Sugador de Clitóris Liberty, que garante 120 minutos interruptos de prazer.


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