Enquanto vivemos em uma realidade onde a compra de próteses penianas, lubrificante íntimo e medicamentos para tratar disfunção erétil com dinheiro público é normatizado, assuntos como o orgasmo, que tem seu próprio dia e é comemorado todo 31 de julho, são taxados como tabu. Uma das provas disso é de que uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) em 2020 mostrou que 55% das mulheres brasileiras não atingem o orgasmo durante a relação sexual. O principal fator, é o desconhecimento feminino do próprio corpo.
O Dia do Orgasmo, a propósito, foi criado em 1999 por uma sex shop britânica, queria mostrar a importância de ter uma vida sexual mais satisfatória para alcançar uma vida plena e feliz.
Já do lado dos homens, 95% são mais propensos a atingir o orgasmo durante a relação sexual, porém, outra pesquisa, esta realizada pela marca francesa de lingeries, a Soft Paris, lá em 2014 (outro fator é a falta de pesquisas atuais sobre o assunto) mostrou que eles ainda têm muito a aprender. Neste estudo, metade dos homens responderam não saber se fizeram suas parceiras terem orgasmo e mais da metade das mulheres entrevistadas disseram que os homens falam mais do que fazem quando o que está em questão o ato de dar prazer.
Para o sexólogo Ricardo Prates, o problema, tanto para mulheres, quanto para homens, sobre o assunto orgasmo, a cultura machista é uma das grandes responsáveis. “Quando você lembra que para as mulheres é tudo mais difícil, seja no trabalho, na vida social, pessoal, você entenderá que na vida sexual também há problemas”, disse ele.
“O fato de o homem ser considerado o centro de tudo, estar quase sempre, majoritariamente, nas posições de poder, reflete até mesmo, na vida sexual. Veja o caso das próteses penianas e viagra comprados com dinheiro público para militares do exército: é claro que houve pessoas que criticaram, mas a maioria não viu problemas e a justificativa oficial inclusive citou e defendeu que estes homens mereciam ter uma vida sexual saudável. Mas e se fosse para mulheres?”, disse e questionou o profissional.
Ajuda na hora “H”
Um estudo recente publicado no Journal of Sexual Medicine indica, que uma das posições mais eficaz para alcançar o orgasmo, é o famoso “papai e mamãe”, nessa posição a penetração é mais profunda já que os órgãos estão mais próximos, e com o auxílio de um travesseiro na pelve favorece muito a relação. Além disso, Ricardo pontuou alguns tipos de orgasmo.
“Orgasmo clitoriano são os favoritos de muitas pessoas e podem ser alcançados através da estimulação do clitóris com movimentos e intensidades variadas. Já o orgasmo vaginal tenta atingir o ilustre Ponto G, um deles, e podem ser mais difíceis de conseguir. Estudos demonstram que quase 80% das mulheres não conseguem atingir o orgasmo apenas através da penetração. O orgasmo anal tem um enorme potencial, mas é um dos que as pessoas mais tem preconceito; porém é uma área repleta de terminações nervosas prazerosas, sendo possível alcançar outras zonas erógenas indiretamente, incluindo o ponto G e a próstata, no caso dos homens”, explicou o sexólogo.
Sextoys
Há também outro fator, o de que cada pessoa é única e possui seus métodos de sentir prazer. Sextoys, por exemplo, favorecem o orgasmo para muitas pessoas, estejam elas sozinhas ou acompanhadas. Uma boutique de luxo sensual de São Paulo chamada Lovetoys, por exemplo, apresentou uma coleção de “brinquedos” capazes de estimular a região clitoriana, favorecendo o orgasmo e o autoconhecimento corporal. Entre eles o Sugador de Clitóris Liberty, que garante 120 minutos interruptos de prazer.
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