O site Congresso em Foco divulga notícia de uma suposta doação para campanha eleitoral de Marconi Perillo(PSDB), em 2010, por Carlos Cachoeira, no valor de R$400 mil.
Segundo informativo online, a doação teria sido feita de forma triangulada entre Carlos Cachoeira e dono do laboratório Teuto, Walterci de Melo. A CPMI do Cachoeira descobriu que após um dia depois de receber o mesmo valor da conta de uma empresa fantasma do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
O Congresso em Foco detalha a notícia assim:
É o que mostra cruzamento da prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a movimentação financeira da G&C Construções e Incorporações, obtida pela CPI do Cachoeira.
Tudo poderia ser mera coincidência não fosse Walterci um amigo de Cachoeira, que aparece conversando com ele em muitos dos grampos feitos nas investigações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. O empresário do ramo farmacêutico é, por exemplo, uma das pessoas que aparece em grampos, juntamente com o também empresário Marcelo Limírio, discutindo com Cachoeira a possibilidade de criar em Goiânia um heliporto numa parceria público-privada com o governo do estado. Em grampos telefônicos captados pela Polícia Federal, ele disse que Perillo dava aval ao negócio. O diretor da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), Jayme Rincón, ex-tesoureiro da campanha de Perillo, afirma que tal parceria, apesar dos grampos, não existe.
Para o relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), não se trata de uma coincidência. No seu relatório, que será lido e votado na próxima semana pelos demais integrantes da comissão de inquérito, a coincidência esconde uma doação oculta de Cachoeira para Perillo. Já para Jayme Rincón, tudo é mesmo uma mera coincidência, e a conclusão de Odair Cunha uma precipitação. “O deputado Odair Cunha está viajando na maionese”, disse ele ao Congresso em Foco.
O fato é que no dia 11 de novembro de 2010, pouco depois do segundo turno das eleições, Walterci transferiu eletronicamente R$ 400 mil para a conta da campanha de Perillo. O tucano acabara de ser eleito governador do estado derrotando o ex-senador Íris Rezende (PMDB). Um dia depois, o dono do laboratório farmacêutico Teuto recebeu transferência bancária de idênticos R$ 400 mil da empresa fantasma G&C Construções e Incorporações, novo nome da Adércio & Rafael Construções e Incorporações. A firma é mais uma empresa de fachada de Cachoeira e fez o pagamento na conta que Walterci mantinha então no banco HSBC.
“Houve uma clara triangulação do grupo criminoso, no sentido de ocultar os verdadeiros doadores dos valores que alimentaram parte da campanha eleitoral do Governador Marconi Perillo”, conclui Odair Cunha em seu relatório à CPI. O deputado julgou que isso significa captação ilegal de recursos para campanha, o que, em tese, renderia a cassação do mandato do governador. Por isso, Odair recomenda o envio do relatório ao Ministério Público e ao Tribunal Regional Eleitoral para que os órgãos tomem providências.
De Miami, nos Estados Unidos, Walterci avisou ao Congresso em Foco que não comentaria o assunto. O advogado de Cachoeira, Nabor Bulhões, disse que não pôde analisar o caso. Limírio está em Varsóvia, na Polônia, e não foi localizado por seu advogado, Djalma Rezende, e seus assessores. O defensor do empresário afirmou não ter autorização para fornecer o correio eletrônico de Limírio.
Ex-tesoureiro da campanha de Perillo em 2010, Rincón foi indiciado pelo relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG). Ele disse ao site que vai processar o deputado petista.
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