07 de agosto de 2024
Política

Deu na Tribuna: sobram candidatos na base de Marconi

A base aliada ao governador Marconi Perillo (PSDB) tem muitos candidatos de olho em 2014. É o que mostra a reportagem de Daniel Gondin, para a Tribuna do Planalto.

O funil da disputa eleitoral de 2014

Sobram nomes interessados e faltam vagas para a chapa majoritária da base aliada. Se a oposição se unir, também faltarão postos, mas a viabilização da terceira via resolveria a situação, já que dobraria as vagas

A base aliada do governador Marconi Perillo (PSDB) vive um desafio pensando nas eleições de 2014. A briga pela chapa majoritária tem, atualmente, mais candidatos do que vagas, o que já desencadeia nos bastidores uma luta por espaço. Enquanto há quem já anuncie a intenção de ser candidato majoritário no ano que vem, existe também quem admita as articulações, mas defende que a hora certa ainda está para chegar. 

Na aliança marconista, atualmente cinco partidos brigam pelas vagas disponíveis para o governador, o vice e o senador (veja quadro), considerando que Marconi Perillo ainda não deu indícios de uma tentativa de reeleição. Como a presença do tucano na chapa ainda é o cenário mais provável, sobram dois lugares para PP, PTB, PSD e DEM, levando em conta ainda que a presença dos democratas não é certa.

Por causa da intensidade da disputa, as articulações já começaram, mesmo com aliados defendendo que ainda está cedo para qualquer definição. “Todo partido luta para ter os maiores cargos, mas as circunstâncias é que determinam isso. Ainda falta muito tempo para estabelecer qualquer critério. Anunciar qualquer coisa agora é colocar o governador em uma posição difícil, que deixa dificuldades para administrar”, analisa o deputado federal Roberto Balestra (PP). 

No outro extremo está o secretário-chefe da Casa Civil, Vilmar Rocha (PSD), que é taxativo ao anunciar sua candidatura ao Senado para 2014. Ainda em junho de 2012, em visita à Tribuna, o pessedista já demonstrava essa intenção e, atualmente, ele só reforça isso. A posição dele serve para deixar claro aos aliados de que o PSD, partido recém-criado e que tem bom espaço na administração de Marconi, jogará pesado por uma vaga.

Disputa

Apesar do discurso e de ser o responsável pela criação do PSD em Goiás, o nome de Vilmar Rocha para o Senado ainda não é uma unanimidade nem mesmo dentro do partido. No dia 7 de dezembro, em visita à Tribuna, o deputado federa Heuler Cruvinel (PSD) reforçou a intenção da sigla de estar na chapa majoritária, mas fez questão de deixar o nome pessedista em aberto. 

“Eu acho que nós vamos buscar uma composição para que tenhamos uma chapa forte em 2014. Nós temos hoje um quadro muito escuro para as eleições de 2014. Ele (o governador Marconi Perillo) tem totais condições de ser candidato, mas até agora não sinalizou. Então, o PSD tem totais condições de compor, de fazer parte e não tem dono essa vaga na chapa majoritária”, declarou o deputado, à época.

A dissonância interna dentro do PSD mostra quanto o dono de uma vaga na chapa majoritária terá de trabalhar. Além de muitos nomes, a aliança conta com pessoas de mesmo partido brigando por espaços iguais. Como ainda falta um ano e maio para as convenções, a hora é de articular e buscar o espaço. 

No PTB, por exemplo, o grande nome do partido é o deputado federal Jovair Arantes, que também ocupa o cargo de presidente do diretório regional da legenda. Nas últimas semanas, ele deu declarações se colocando à disposição para compor a chapa majoritária e reforçando que a sigla tem condições de indicar um nome.

“Temos ótimos nomes que podem disputar qualquer cargo, governador, vice, senador, deputado federal e estadual”, disse Jovair, em discurso realizado no encontro do PTB, que reuniu parlamentares das bancadas estadual e federal, além dos 17 prefeitos eleitos pelo partido em 2012. 

Além do discurso, Jovair também já partiu para a ação. No mesmo evento, ele anunciou as filiações dos ex-prefeitos Célio Silveira (PSDB) e José Gomes (PP), de Luzi­ânia e Itumbiara, respectivamente. Embora não haja confirmação oficial, a possibilidade da ida de ambos existe, uma vez que a dupla mantém boas relações com o presidente petebista, além de estarem à procura de saltos maiores em suas carreiras.
No PSDB, Célio tem um espaço limitado, já que, caso Marconi seja mesmo candidato, dificilmente os tucanos teriam outro nome na chapa majoritária. Além disso, o partido já tem um senador, Cyro Miranda, que estaria na fila para disputar a reeleição, já que seu mandato acaba em 2014. 

Já José Gomes, no PP, teria de disputar espaço com os deputados federais Roberto Balestra e Sandes Júnior. O primeiro é presidente regional da sigla em Goiás e já colocou o nome à disposição, embora seja mais provável que ele seja mesmo candidato à reeleição para a Câmara dos Deputados. 

Por fim, a base aliada ainda tem o vice-governador, José Eliton (DEM), que, apesar dos problemas internos no partido, é um dos primeiros nomes a ser lembrado para o governo, quando se especula a ausência de Marconi na chapa majoritária. O democrata, ao longo dos dois anos de governo, mostrou uma trajetória de quem quer ser candidato em 2014.

Nas eleições municipais, Eliton fez peregrinações pelo Estado e participou ativamente de campanhas em Posse, apoiando o pai, Dr. Eltin (DEM), em Senador Canedo e Anápolis. Apesar de ter perdido nos três municípios, o democrata ainda é um nome a ser considerado, ainda mais que conseguiu se aproximar de um grupo político influente, formado pelo presidente eleito da Assembleia Legislativa, Helder Valin (PSDB), e dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, Kennedy Trindade, e do Tribunal de Contas dos Municípios, Sebastião Caroço.

Vantagem 

Ainda que a briga por vagas na chapa majoritária da base aliada seja mais intensa, pode se considerar que o grupamento tem uma vantagem sobre a oposição. No caso dos marconistas, já há, pelo menos em teoria, um nome para o governo, mesmo que Marconi Perillo ainda não tenha sinalizado nesse sentido. 

Mesmo com os desgastes, a possibilidade de que o governador tucano seja candidato já possibilita que a base aliada se organize de forma mais clara para 2014. Todos os esforços serão para que Marconi supere os obstáculos políticos e administrativos, alavancando a administração do Estado e, consequentemente, viabilizando sua candidatura. Caso isso não aconteça, aí sim a aliança marconista partirá para uma segunda opção.


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