Um dossiê contra o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) apreendido pela Polícia Federal na casa de Adriano Aprígio, ex-cunhado de Carlinhos Cachoeira, levou a Procuradoria-Geral da República a ressuscitar uma investigação sobre a suposta existência de contas do tucano no exterior.
Parte desse material já havia sido analisada, em 2009, pelo Ministério Público de Goiás. A conclusão foi a de que uma das contas é falsa.
O dossiê menciona outras três contas, que não chegaram a ser analisadas. Agora, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, quer saber se elas existem.
Os papéis foram usados por Gurgel para pedir a apuração ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). O inquérito foi instaurado na semana passada.
Uma das contas, segundo a Procuradoria, estava no banco suíço UBS, atrelada à empresa Aztec Group S/A, sediada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas. Em 2010, o UBS enviou documentação informando que o papel era uma “falsificação”.
A Procuradoria diz que os documentos mostram que o representante da Aztec é um ex-suplente de Perillo, Paulo Jesus. E que no dossiê há uma procuração em que ele dá poderes a Perillo. A veracidade da procuração será apurada.
O advogado de Perillo, Antonio Carlos de Almeida Castro, diz que a descoberta do dossiê mostra que ele não tem relação com Cachoeira.
Castro argumenta que a investigação foi um pedido do próprio tucano e que, por isso, “não preocupa”.
O advogado de Aprígio diz que não está claro se o dossiê estava na casa dele, mas não descarta a hipótese de que tenha sido deixado lá por Cachoeira –cujo defensor diz que a apreensão não tem relação com seu cliente. Paulo Jesus não foi encontrado pela Folha. (De Breno Costa e Fernando Mello)
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