O Detran-GO anuncia que, diante da greve dos médicos credenciados a partir de 21 de agosto, os usuários poderão escolher livremente a clínica onde realizarão os exames para a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A medida visa reduzir transtornos, manter o processo de habilitação em andamento e proteger o cidadão do aumento nos custos.
O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) informou que, mesmo durante a paralisação dos médicos credenciados, manterá o atendimento na unidade Padrão Vapt Vupt, na sede da autarquia em Goiânia, e liberou os candidatos para escolherem a clínica de exames que melhor atender suas necessidades.
Segundo a nota do Detran-GO, a decisão de não autorizar reajuste no valor dos exames, atualmente R$ 90 pagos diretamente pelo candidato, busca proteger o cidadão, já que o custo da CNH no estado varia entre R$ 2.500 e R$ 5.000. “O processo de habilitação é, muitas vezes, a principal porta de acesso ao mercado de trabalho, cidadania e inclusão social”, afirma a autarquia.
A paralisação foi anunciada pelo Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (SIMEGO), que reivindica reposição das perdas inflacionárias acumuladas nos últimos nove anos e melhores condições de trabalho. Segundo o sindicato, a greve terá início à meia-noite do dia 21 de agosto, por período indeterminado, afetando atendimentos de rotina, mas mantendo casos considerados inadiáveis nas Juntas Médica e Técnica do Detran-GO.
Ainda de acordo com o Detran-GO, há médicos que, mesmo com carga horária reduzida, chegam a faturar até R$ 38 mil por mês. A autarquia mantém diálogo com a categoria e já acionou o Ministério dos Transportes e a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) para discutir alternativas que possam reduzir o custo da CNH.
Entenda o caso
Esta não é a primeira vez que os psicólogos entram em greve para reivindicar reajustes e melhores condições de trabalho. A Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (ABRAPSIT) reagiu às declarações do presidente do Detran-GO, Waldir Soares, que criticou a paralisação de psicólogos e médicos credenciados nos dias 15 e 16 de julho, sugerindo punições como suspensão ou descredenciamento. A associação classificou as declarações como uma tentativa de desqualificar o trabalho técnico da categoria e alertou para a postura coercitiva do dirigente, que aprofunda o sentimento de desvalorização dos profissionais.
Segundo a ABRAPSIT, a paralisação teve o objetivo de denunciar a defasagem nos valores pagos pelas avaliações psicológicas para a CNH, congelados há nove anos, enquanto os custos operacionais e os reajustes de testes aumentam continuamente. A entidade afirma que não houve intenção política e reforça a disposição de dialogar de forma técnica e transparente, buscando garantir remuneração justa para a complexidade e responsabilidade do trabalho.
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