O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) se posicionou com veemência sobre a paralisação parcial dos atendimentos por parte dos médicos e psicólogos credenciados ao órgão. Segundo nota oficial, os representantes das categorias descumpriram um acordo firmado com o governo estadual, que previa um prazo de 30 dias para a apresentação de propostas concretas sobre a correção dos valores pagos pelos exames exigidos na emissão e renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
A proposta foi apresentada e aceita durante reunião realizada na última segunda-feira (14), que contou com a presença do governador em exercício, Daniel Vilela, e do presidente do Detran-GO, delegado Waldir Soares. No encontro, ficou estabelecido que, nesse período, não haveria paralisações como sinal de boa-fé no processo de negociação. Segundo o delegado Waldir:
“Nos causa estranheza”, diz presidente do Detran-GO
A decisão das entidades sindicais de manter a paralisação nos dias 15 e 16, mesmo após o acordo, foi classificada como uma tentativa de pressionar o governo, o que surpreendeu negativamente a direção do Detran. “Nos causa estranheza porque sempre mantivemos um canal de diálogo aberto”, afirmou Waldir.
O Detran destacou ainda que os valores pagos pelos exames são custeados diretamente pelos cidadãos, não havendo repasses do Estado aos profissionais. Atualmente, o valor cobrado por um exame médico é de R$ 90, enquanto o exame psicológico custa R$ 100. Para o órgão, qualquer reajuste impactaria o bolso da população goiana.
Impacto ao cidadão e renda elevada dos credenciados
Um dos pontos centrais refutados pelo Detran-GO é a narrativa de que os valores pagos estariam defasados sem considerar o impacto direto aos usuários. O órgão apresentou dados que mostram faturamentos expressivos de alguns profissionais. Segundo o levantamento, um único médico credenciado chegou a receber mais de R$ 38 mil em apenas um mês, acumulando R$ 228 mil no primeiro semestre de 2025. Já um psicólogo, em Aparecida de Goiânia, recebeu R$ 19 mil em um único mês, mesmo com atendimentos de poucos minutos.
“O atendimento não dura cinco minutos, e esses profissionais não têm dedicação exclusiva ao Detran. São prestadores de serviço com liberdade para definir carga horária e estrutura”, reforçou o presidente do órgão.
Serviços seguem operando
O Detran-GO afirmou ainda que, apesar da suspensão pontual dos exames médicos e psicológicos, as demais atividades seguem funcionando normalmente, com cronogramas sendo readequados para minimizar prejuízos à população.
O órgão reiterou que está aberto à revisão dos valores, desde que os critérios sejam técnicos, sustentáveis e socialmente equilibrados. “É possível discutir o reajuste, mas com responsabilidade e transparência, sem prejudicar o contribuinte”, pontuou Waldir.
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