Goiás registrou a menor área desmatada desde o início do monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), entre 1º de agosto de 2024 e 31 de julho de 2025, o desmatamento no Estado foi de 231 km², o menor valor já registrado na série histórica, iniciada em 2001.
Nos últimos anos, Goiás vinha apresentando uma tendência contínua de redução da supressão de vegetação nativa. Em 2024, o desmatamento somou 411,9 km², em 2019 foram 668,2 km² e em 2016 671,7 km². No início dos anos 2000, os números eram muito mais elevados, superando 6 mil km² entre 2001 e 2004.
O levantamento do Prodes é realizado a partir de imagens de satélite, posteriormente validadas por especialistas para eliminar possíveis distorções, como áreas encobertas por nuvens.
Estratégia de diálogo e parceria
A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis, atribui o resultado à estratégia diferenciada adotada pelo Governo de Goiás na gestão ambiental. Segundo ela, o sucesso se deve à combinação entre fiscalização rigorosa e diálogo com o setor produtivo.
“É claro que o comando e controle é importante. Prova disso é que fizemos concurso recentemente, reforçamos as equipes de fiscalização e investimos em tecnologia de monitoramento remoto. Mas o segredo do nosso sucesso está na construção de pontes com o setor produtivo. Só conseguiremos proteger o Cerrado se todos estiverem envolvidos com a causa”, afirmou.
Em setembro de 2023, essa parceria foi formalizada com a assinatura de um pacto entre o Governo de Goiás, a Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg) e a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), com o compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2030.
“A maioria absoluta dos produtores goianos está alinhada conosco no propósito de promover o desenvolvimento sustentável da economia. São pouquíssimos os que ainda descumprem o que estabelece o Código Florestal”, destacou a secretária.
Goiás se destaca no cenário nacional
Embora o Cerrado ainda registre áreas críticas de supressão vegetal com Maranhão (2.006 km²), Tocantins (1.489 km²), Piauí (1.350 km²) e Bahia (790 km²) liderando o ranking, Goiás aparece como exemplo de redução expressiva e sustentável. Com o novo levantamento, o estado consolida-se como referência em gestão ambiental baseada na cooperação, inovação e responsabilidade compartilhada entre governo, produtores e sociedade civil.
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