22 de dezembro de 2024
Economia

Desemprego nas capitais se deteriora de forma mais rápida

Primeiro semestre foi considerado negativo na geração de empregos (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
Primeiro semestre foi considerado negativo na geração de empregos (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

São Paulo – Existem claras diferenças na dinâmica da deterioração do mercado de trabalho no País, na avaliação do economista da GO Associados, Alexandre Andrade. A comparação entre os resultados da Pesquisa Mensal de Amostras por Domicílio (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e da Pesquisa Mensal do Emprego (PME), revela que a taxa de desocupação está avançando mais rápido nas principais capitais brasileiros que em outras regiões. “Aparentemente, o desemprego nas regiões metropolitanas se deteriora de forma mais rápida que na média do País”, comentou Andrade.

De acordo com a Pnad Contínua, a taxa de desocupação no Brasil aumentou 0,4 ponto porcentual entre o primeiro e o segundo trimestres de 2015, de 7,9% para 8,3%, de acordo com a Pnad Contínua. Já o desemprego medido pela PME cresceu 0,6 ponto porcentual em apenas um mês, passando de 6,9% para 7,5% entre junho e julho. O economista da GO Associados observa, porém, a necessidade de se considerar diferenças metodológicas entre as duas pesquisas, já que na Pnad Contínua o resultado é reflexo de uma média móvel, o que tende a suavizar distorções pontuais.

Andrade pontua que em São Paulo, onde a indústria e a construção civil são setores mais importantes, a taxa de desemprego está em 9,0%, acima da média captada pela Pnad, de 8,3%. Por outro lado, em regiões onde o agronegócio é mais forte, a desocupação está mais baixa, em 5,5% na região Sul e em 7,4% na região Centro Oeste. Segundo ele, a tendência é que esta diferença continue devido à natureza econômica de cada região e ao diferente momento dos setores da atividade, com construção e indústria em queda e o agronegócio registrando ganhos.

O desemprego só não avançou ainda mais porque as pessoas estão aceitando formas precárias de ocupação para garantir a renda. “Chama a atenção o aumento da ocupação de quem se declara ‘conta própria’. São pessoas que não conseguem encontrar emprego formal e partem para negócios próprios” explicou Andrade. Segundo ele, este processo revela a precarização da relação de trabalho.

Ao avaliar o avanço de 1,4% no rendimento real habitual no segundo trimestre de 2015 ante igual período de 2014, o economista da GO Associados disse que uma possível interpretação é que os reajustes salariais negociados no período ainda foram capazes de repor parte da inflação acumulada. “É um fenômeno atípico, que não deve ser observado nos próximos trimestres”, projetou.

(Estadão Conteúdo)


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