A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,8% nos três meses encerrados em setembro, divulgou nesta quinta-feira (27) o IBGE. Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), iniciada em 2012.
O dado indica estabilidade na comparação com os três meses encerrados em agosto. Em ambos os períodos, o total de desocupados permaneceu em 12 milhões de pessoas.
Apesar do resultado estável, houve queda no total da população ocupada, que chegou a 89,8 milhões de pessoas no trimestre encerrado em setembro. Com isso, o nível de ocupação chegou a 54%, o menor índice da série histórica, iniciada em 2012.
No trimestre encerrado em agosto, a taxa era de 54,2%, com 90,1 milhões de pessoas ocupadas. “A queda recorde da ocupação é um sinal negativo. Agora é perda efetiva de pessoas que estavam trabalhando e isso é um reflexo dessa crise”, disse o coordenador da pesquisa no IBGE, Cimar Azeredo. “Não temos de forma alguma nenhum sinal de redução da desocupação e a pressão continua muito forte”, afirmou.
O desemprego continuou estável, apesar da queda no número de ocupados, porque aumentou para 64,6 milhões o número de pessoas fora da força de trabalho, também o maior da série histórica.
Eram 64,3 milhões no trimestre encerrado em agosto. “Ao olhar a queda na ocupação e na carteira assinada, além do aumento da desocupação, o cenário é complicado e muito desfavorável por estarmos no terceiro trimestre e pela série histórica”, disse Azeredo.”O mercado costumava apresentar algum fôlego (nesse período) para atender às vendas de fim de ano”, completou.
TRIMESTRE CONTRA TRIMESTRE
Na comparação entre o segundo trimestre do ano (abril a junho), o resultado dos três meses encerrados em setembro mostram um crescimento de 0,5 ponto percentual na taxa de desemprego, que passou de 11,3% para 11,8%.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, entretanto, a leitura destaca com força a deterioração do mercado de trabalho, pois em 2015 a taxa era de 8,9%.
O número de desempregados, de 12 milhões, representa alta de 3,8% em relação aos período de abril a junho, o que significa mais 437 mil pessoas desocupadas. Quando se compara com o mesmo trimestre de 2015, o salto é ainda maior: 33,9%, ou mais 3 milhões de pessoas.
O número de empregados com carteira assinada no setor privado somava 34,1 milhões em setembro, queda de 0,9% (ou 314 mil pessoas a menos) em relação ao trimestre de abril a junho. Ante igual intervalo de 2015, havia menos 1,3 milhão de pessoas, redução de 3,7%.
De acordo com o IBGE, o rendimento médio do trabalhador atingiu R$ 2.015 no trimestre encerrado em setembro, leve aumento de 0,9% em relação ao período de abril a junho (R$ 1.997) e queda de 2,1% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado (R$ 2.059).
Em setembro, o Brasil fechou 39.282 vagas formais de emprego segundo o Ministério do Trabalho, muito pior que o esperado e afetado pelo mau desempenho nos setores de construção civil e serviços.
O mercado de trabalho só deve dar os sinais iniciais de melhora após o primeiro trimestre do ano que vem, com o aquecimento esperado para a atividade econômica. Mas enquanto isso não se concretiza, a tendência é de piora do quadro de emprego, segundo analistas.
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