A Polícia Civil descartou a participação do padrasto na execução do enteado Danilo de Souza de 7 anos de idade. O crime ocorreu no Parque Santa Rita, em Goiânia. O garoto desapareceu no dia 21 do mês passado e dias depois o corpo foi localizado. A corporação concluiu o inquérito do caso e houve o indiciamento de Hian Alves de Oliveira, por ocultação de cadáver e homicídio duplamente qualificado.
De acordo com o delegado Rilmo Braga, Hian assumiu toda a responsabilidade do caso. Segundo a polícia, todas as conclusões foram feitas com base em detalhes técnicos científicos. Porém alguns detalhes são sigilosos. O padrasto e Hian foram presos no último dia 31.
“Em princípio, em que pese todo o passado criminoso do padastro, não pesa em desfavor dele, o cometimento do crime”, relatou o delegado. Segundo Rilmo Braga a tendência é que o Ministério Público se manifeste por alvará de soltura. A revogação da prisão só por ocorrer por meios judiciais.
No que diz respeito como executor imediato, nas primeiras horas pós lavratura em flagrante e decretação da prisão, nós tínhamos o conhecimento que ele não tinha participado diretamente da execução da infração penal”, descreveu o delegado. Rilmo diz que havia informações preliminares que a agressão teria sido feita por dois autores, e havia a necessidade de uma comprovação mais detalhada.
“A prisão do padrasto teve a função de garantir a integridade física dele, se colocássemos esse indivíduo nas ruas seria morto. Ele ficou preso pois não ostenta residência fixa, trabalho fixo, razão pelo qual argumentamos pela prisão pela manutenção da sua segurança” alegou o delegado.
Foi explicado que Hian teria praticado o crime por ciúmes na relação de amizade entre o pai adotivo dele, um pastor conhecido na região. O delegado Rilmo Braga explicou que o pastor tem o costume de fazer doações e que um dos beneficiados era o padrasto. Hian explicou que as ajudas nos últimos meses eram mais constantes e havia inclusive apoio financeiro.
“Ele narra em depoimento que ele matou por ciúmes, ele teria um sentimento de revolta e para se vingar e tendo a certeza de que a ele seria imputado um crime, anos atrás o padrasto foi acusado de uma tentativa de feminicídio, contra a esposa e foi investigado por crimes índoles sexual e por vingança teria matado pela amizade do seu pai adotivo”, explicou o delegado.
Foi argumentado que após a prisão houve 10 dias para aprofundar nas investigações, colher novas provas e fazer outras diligências. Segundo a polícia, a versão inicial dada pelo Hian no curso do aprofundamento das investigações se mostrou frágil.
À época, Hian confessou que ajudou o padastro de Danilo a matá-lo em troca de uma moto. O padrasto, no entanto, negou a participação e disse que se tratava de uma “armação”.
Um dos pontos que causou dúvidas a polícia, é que a vara utilizada para ferir Danilo estava na obra de um pastor e Hian morava na casa dele. A polícia estranhou a informação, pois inicialmente a responsabilidade pela morte do menino seria do padrasto e Hian o teria ajudado. Depois foi alterada a versão e disse que o padrasto não participou do crime.
A polícia explicou que Hian detalhou como conseguiu atrair a criança para dentro da mata. Ele afirmou que iria pegar uma pipa dentro da mata. O brinquedo foi localizado e estava próximo ao corpo de Danilo.
“Nós temos informações testemunhais que narram o exato momento que a vítima foi convidada por Hian para supostamente buscar a pipa”. A perícia constatou que o garoto morreu em decorrência de asfixia, ou seja, houve um sufocamento.
Danilo desapareceu no dia 21 de julho e disse à mãe que iria à casa da avó, que mora na rua de cima. O corpo dele foi encontrado em 27 de julho, em uma mata a 100 metros de sua casa. A corporação encerrou o inquérito da investigação da morte do garoto Danilo de Sousa Silva e remeteu o caso ao Judiciário no domingo (9).
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