Foi deflagrada na última terça-feira (20), por meio do Grupo Antirroubo a Banco e Delegacia de Investigação Criminal (DEIC) uma operação para desarticular uma quadrilha especializada em crimes tributários, em especial sonegação de impostos (IR, ICMS, ISS e IOF) na cidade de Goiânia. O grupo possuía um sistema de lavagem de capitais e falsificações de documentos, eles criavam empresas “fantasmas” e utilizavam transações bancárias de instituições financeiras, segundo informações divulgadas pela polícia.
O grupo teria se associado a um grande empresário do estado de São Paulo, com intuito de transferir diversos valores relacionados a transações financeiras da empresa BMP Utilidades Domésticas S.A. no estado de São Paulo, para pelo menos 26 empresas de fachada criadas na cidade de Goiânia, para o recebimento desses valores de forma ilícita. Essa empresa possui um capital social de 83 milhões.
Assim, segundo a polícia, essas empresas de fachada passavam a ser devedoras de diversos impostos decorrentes das transações comerciais próprias da empresa BMP bem como pagavam diretamente as contas da empresa. Em contrapartida, tendo em vista a grande movimentação financeira nas contas-correntes das empresas de fachada, os bancos aumentavam o limite de crédito das empresas, o que possibilitava inúmeros empréstimos, obtenção de cartões de crédito de alto limite e emissão de inúmeros talões de cheque, que não eram evidentemente saldados.
Apenas no ano de 2016 quadrilha movimentou a quantia de cerca de R$ 8.000.000,00 (oito milhões de reais) só de sonegação. Sendo que em apenas uma conta-corrente nos últimos meses esse grupo criminoso movimentou a quantia de R$ 1.8000.000,00 (um milhão e oitocentos mil reais).
De acordo com o Delegado Alex Vanconcelos, a quadrilha usava garotas de programa, como “laranjas” das empresas de fachada, em troca de uma remuneração de R$ 50,00 semanal. Eles compravam mensalmente roupas de grife para as garotas, para se passarem por empresárias nos cartórios, onde assinavam os documentos referentes as empresas. A Polícia chegou até os suspeitos através da denúncia de uma das garotas de programa. A garota contou a polícia que começou a suspeitar do grupo, após retirar o extrato da sua conta e verificar a quantia de R$ 400.000,00.
Os suspeitos foram presos em flagrante na sede do escritório do grupo, localizado no shopping Plaza D’oro, no setor Eldorado, onde também funcionava uma empresa de fachada. Com o trio foram apreendidos diversos documentos relacionados as empresas fantasmas, cheques em branco assinados pelos “laranjas”, cheques devolvidos por falta de crédito, cartões de créditos, todos com bandeiras de alta linha, e máquinas de passar cartão.
Todos serão indiciados pelos crimes de formação de organização criminosa, crime tributário, falsidade ideológica, lavagem de capitais e estelionato.
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