O clima na Câmara de Vereadores de Goiânia foi tenso na manhã desta terça, 8. Tudo por conta das discussões do projeto de lei que concede auxílio locomoção aos professores da rede municipal de ensino de Goiânia. Por 17 a 16 votos, foi rejeitada emenda do vereador Virmondes Cruvinel (PSD) que alteraria os valores repassados aos professores em diferentes cargas horárias.
Após a votação e encerramento da sessão de terça, os professores ocuparam o plenário do Poder Legislativo e prometem ficar lá até a abertura das negociações.
O deputado Mauro Rubem (PT) foi convidado por alguns manifestantes ao final da tarde para tentar a abertura da negociação. Num primeiro momento, ele foi hostilizado, mas depois conseguiu o diálogo. Em contato com o prefeito Paulo Garcia (PT), o deputado percebeu que algumas reivindicações dos professores já foram atendidas. Mesmo assim, uma proposta deve ser encaminhada até a assembleia geral de quinta, 11.
A votação da emenda
A oposição, com apoio do Bloco Moderado ganhava da situação. O placar era de 16 favoráveis a aprovação da emenda e 15 contrários. O presidente da Câmara Clécio Alves, por diversas vezes pediu que os ausentes no plenário naquele momento, Jorge do Hugo (PSL) e Felisberto Tavares (PT) comparecessem o mais rápido possível, os dois da base de apoio ao prefeito Paulo Garcia. Eles estavam no plenário durante a abertura e discussão, mas sumiram no momento da votação.
Clécio Alves segurou ao máximo que pode o tempo para o término da votação. Quando faltavam 54 segundos, o cronômetro havia sido alterado. Quando faltavam cerca de 30 segundos, o cronômetro novamente foi alterado. O protesto foi grande por parte dos vereadores da oposição e principalmente dos professores nas galerias que gritavam cada vez mais repudiando o não encerramento da votação.
Faltando menos de 20 segundos para encerrar o tempo no cronometro os vereadores Felisberto Tavares e Jorge do Hugo chegaram.
O vereador Jorge do Hugo errou na votação e, inicialmente, deu opinião a favor do projeto da oposição. Depois, o voto foi retificado.
O plenário da Câmara de Goiânia foi ocupado por professores grevistas. A sessão foi encerrada após o tumulto. O projeto continua em discussão para votação de outras emendas.
Uma delas, proposta pela oposição, cria a gratificação de locomoção para os administrativos. A base de apoio ao prefeito Paulo Garcia vai rejeitá-la, pois a categoria já recebe o vale-transporte.
O confronto entre manifetantes e a segurança da Câmara gerou uma situação tensa. Foi utilizado spray de pimenta contra os professores. A vereadora Cristina (PSDB) deu assistência a uma manifestante.
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