Uma das discussões mais importantes nos bastidores da Assembleia Legislativa é em relação aos espaços a serem ocupados nas comissões da Casa. A que no momento tem rendido maior discussão é a de Constituição e Justiça (CCJ). Deputados articulam as melhores estratégias para garantir os espaços que mais os agradem.
Constituição e Justiça (CCJ)
De um lado, Simeyzon Silveira (PSC) defende a existência de um acordo prévio. De outro, Gustavo Sebba (PSDB) se ancora na proporcionalidade e no peso que os “Tucanos” têm na Assembleia para garantir a presidência da CCJ. O líder do governo, Francisco de Oliveira (PSDB), tenta apaziguar, dizendo que o momento é de conversa, que é melhor chegar a um consenso.
Simeyzon Silveira defende que quando José Vitti foi eleito presidente da Assembleia Legislativa, ainda em 30 de junho do ano passado, foi firmado um acordo para que assim que a nova Mesa Diretora tomasse posse, ele seria o responsável pela Comissão de Constituição e Justiça.
O parlamentar defende que acordos foram feitos para serem cumpridos. Ele acredita que forçar uma disputa para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça pode resultar em desconfortos que classificou como “irremediáveis”.
“Parlamento é uma Casa onde você não é autossuficiente. Parlamento é plural, ninguém caminha sozinho. Tem que valer a palavra. Tem que valer os acordos de bancadas, dos processos internos da Casa. Estou tranquilo. Quando do processo eleitoral da Casa, foi feito um acordo, estou apoiado neste acordo, espero que seja cumprido. Não cogito a hipótese de o acordo não ser cumprido. Consequências podem acontecer muito mais num processo de eleição. Isso pode gerar desconfortos irremediáveis. Não vou entrar no jogo de pressionar”, afirmou Simeyzon.
De onze vagas na CCJ, oito obedecem a proporcionalidade entre os partidos e outras três vagas são divididas entre os demais partidos. Escolhendo os membros, aí sim se faz a escolha para a presidência.
O líder da bancada do PSDB na Assembleia, Gustavo Sebba também postula vaga na presidência da CCJ. Sebba defende que seria justo o PSDB estar à frente desta comissão pelo fato de ser o partido com maior quantidade de deputados no legislativo estadual, um total de 13. Ele disse que entre os “tucanos” houve consenso em relação à candidatura dele. Sebba defende consenso, mas não descarta ir à disputa.
“Não é uma questão que só eu o Simeyzon temos que sentar. Acho que temos que buscar o consenso entre todos. Agora caso a gente não ache um consenso e tenhamos que ir à disputa, isso é extremamente democrático, todos que quiserem colocam o seu nome, são onze votos na disputa”, afirmou.
Panos Quentes
O novo líder do governo na Assembleia, Francisco Oliveira (PSDB) disse que fará o possível para que haja um consenso entre os deputados. Questionado sobre qual critério seria mais justo, se proporcionalidade ou o acordo firmado na eleição do presidente Vitti, ele preferiu destacar que as conversas ocorrerão.
“Nós temos que buscar o consenso não só apenas em torno de bancada, ou proporcionalidade. Nós até desrespeitamos a desproporcionalidade no sentido de valorizar todas as bancadas, de valorizar todo o parlamento. A proporcionalidade existe e as conversas ocorrerão para que tenhamos uma solução tranquila entre os parlamentares”, disse o líder do governo.
Presidência
O presidente da Assembleia, José Vitti preferiu não entrar na polêmica na escolha das comissões. Ao Diário de Goiás, ele explicou que será respeitado o critério da proporcionalidade dos partidos para que aí sim as definições possam ser tomadas.
“A presidência vai fazer aquilo que o regimento entende. Vamos aguardar as definições dos líderes, eles vão apresentar os nomes. As comissões obedecem critérios de proporcionalidade, nós vamos assim fazer. Amanhã teremos a formatação com a indicação dos líderes que comporão as comissões”, declarou Vitti.
Oposição
Pelo lado da oposição, o deputado Luís César Bueno (PT), declarou apenas que espera que o acordo firmado durante a eleição de José Vitti para a Assembleia Legislativa seja cumprido e que o partido continue mantendo os atuais espaços.
“Quando nós elegemos o deputado José Vitti, nós acordamos sobre as comissões e a oposição vai manter o espaço que tem. O PT vai continuar presidindo a Comissão de Segurança Pública e a de Obras e Serviços Públicos. O problema de divergência é entre os deputados da base do governo”, relatou.
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