07 de agosto de 2024
Sistema Eleitoral

Deputados da oposição pedem que STF investigue ataque de Bolsonaro às urnas

Decisão foi motivada pela reunião de Bolsonaro com embaixadores na tarde de ontem (18/07) para expor dúvidas sobre a seguridade das urnas
Na ocasião, o presidente apresentou vídeos que já foram investigados pela Justiça Federal e considerados mentirosos. Foto: Reprodução
Na ocasião, o presidente apresentou vídeos que já foram investigados pela Justiça Federal e considerados mentirosos. Foto: Reprodução

Deputados de partidos de oposição entraram nesta terça-feira, 19, com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja investigado por ataque às urnas eletrônicas. Na segunda-feira, 18, Bolsonaro reuniu embaixadores para levantar, sem provas, uma série de dúvidas sobre a legitimidade das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral.

Na ação, os parlamentares dizem que o presidente cometeu crime eleitoral, de responsabilidade, de propaganda eleitoral antecipada e ato de improbidade administrativa. A solicitação de investigação é assinada pelos deputados Alencar Santana (PT-SP), Reginaldo Lopes (PT-MG), Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Renildo Calheiros (PCdoB-PE), Joênia Wapichana (Rede-RR), Wolney Queiroz (PDT-PE), Bira do Pindaré (PSB-MA), Bacelar (PV-BA) e Afonso Florence (PT-SP).

A peça classifica a tentativa de Bolsonaro de deslegitimar o processo eleitoral de “desvarios criminosos” e “sandices”. O presidente costuma fazer críticas às urnas eletrônicas e já disse diversas vezes, sob o argumento de que não é possível auditar as votações, de que ‘deveria haver a possibilidade de imprimir um registro impresso do voto.

Apesar do que diz o presidente, a Justiça Eleitoral permite uma série de mecanismos de auditagem, como a totalização da contagem dos resultados dos boletins impressos de cada seção eleitoral e o acompanhamento por parte da Polícia Federal, do Ministério Público, de partidos políticos e setores da sociedade civil organizada de diversas etapas do processo eleitoral.

“Não pode o representado usar do cargo de presidente da República para subverter e atacar a ordem democrática, buscando criar verdadeiro caos no País e desestabilizar as instituições públicas”, dizem os deputados em trecho da ação. Os parlamentares criticam ainda Bolsonaro por usar a TV Brasil, emissora de televisão pública, para divulgar a reunião com os embaixadores.

Bolsonaro está em segundo lugar nas pesquisas de intenções de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, segundo os últimos levantamentos, tem chance de ganhar a disputa no primeiro turno. Em suas críticas, o presidente culpa, sem provas, os ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), principalmente Alexandre de Moraes, Luiz Edson Fachin e José Roberto Barroso, por uma suposta tentativa de armação contra ele na eleição deste ano. Em mais de uma ocasião, Bolsonaro disse que poderia não reconhecer o resultado da eleição caso perca. (Por Lauriberto Pompeu/Estadão Conteúdo)


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