Uma série de irregularidades em contratação de shows artísticos na Agência Estadual de Turismo (Goiás Turismo) foram apresentadas em relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Goiás Turismo, na Assembleia Legislativa.
O relatório foi aprovado nesta terça-feira (14) e será enviado para o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o governador Marconi Perillo (PSDB).
Entre as irregularidades, confirmadas após vistoria de documentos do TCE e 20 depoimentos, estão o superfaturamento, o pagamento a artistas de valor maior que o praticado em outros estados contratantes e o desrespeito à ordem cronológica de pagamentos.
Mais caro
“Não existe dentro do órgão um setor que possa negociar os valores, ou seja, se um cantor pedir R$ 200 mil, é R$ 200 mil. Esse tipo de mecanismo traz um prejuízo muito grande”, criticou o presidente da CPI, deputado estadual Cláudio Meirelles (PR).
Cláudio Meirelles informou que foram feitas comparações entre o valor pago em diferentes estados ao mesmo artista, e constatou-se que na maioria das vezes Goiás pagava o dobro. Além disso, muitas vezes os artistas contratados residiam no próprio estado, o que injustificaria um custo com locomoção.
Entre os casos analisados, o presidente citou o pagamento duplicado aos cantores Israel & Rodolfo, que teria recebido tanto do Governo de Goiás quanto da Prefeitura do município em que a dupla sertaneja se apresentou.
Segundo o deputado, o Ministério Público pode abrir um inquérito com base no relatório para investigar e potencialmente punir os envolvidos na Goiás Turismo.
A CPI do Goiás Turismo investigou as contas da pasta no período entre 2013 e 2016. A comissão teve como ponto inicial uma denúncia feita por um procurador-geral do TCE.
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