O deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA), que costuma citar ser um “ex-gay”, apresentou um projeto de lei para criar o “Dia do Orgulho Heterossexual”. O PL 6.087/2025 prevê celebrar a data no terceiro domingo de dezembro. O texto aguarda distribuição às comissões da Câmara dos Deputados para análise.
O deputado defende a proposta dizendo que o texto não busca privilegiar um grupo, mas reforça a igualdade proposta na Constituição.
“Nossos irmãos que são gays não podem se entender melhores, ou como de uma classe especial de cidadãos brasileiros, pois como determina a nossa Carta Magna somos todos iguais perante a Lei, e não podemos abrir mão da liberdade religiosa que é outra cláusula constitucional chave para exercício pleno da cidadania”, afirma o deputado que também era militar.
Deputado fala em “risco de extinção” da espécie humana
Na sua argumentação de defesa do texto, Isidório afirma que a espécie humana está sob risco de extinção. “Nós, legisladores, nos preocupamos com a preservação da tartaruga, do macaco-prego, da baleia, dentre outros animais muito importantes em risco de extinção. Por óbvio, é de suma importância centrar atenção também em nós, seres humanos machos e fêmeas, homens e mulheres criados por DEUS, conforme define família tradicional”, sustentou ele.
PL copia projeto da Bahia apresentado pelo próprio pastor
Na Bahia, projeto igual instituiu a celebração por meio de lei estadual (13.906/2018) que prevê a comemoração anualmente todo terceiro domingo de dezembro. A iniciativa partiu também do Pastor Isidório, quando era deputado estadual da Bahia.
O projeto aprovado naquele estado, segundo o deputado, se baseou em proposta do ex-deputado Eduardo Cunha sugerido à Câmara em 2011, mas que foi arquivada.
“Ex-gay da Bahia”
Esta foi a segunda vez que o parlamentar protocolou o PL na Câmara. Na primeira vez, em 2019, o projeto não chegou a tramitar antes que fosse devolvido ao autor (925/2019). Quando apresentado, em 20 de fevereiro de 2019, Isidório discursou em Plenário pela aprovação e se autointitulou como “ex-gay da Bahia”.
“Venho da Bahia, sendo ex-gay daquele Estado e agora o afirmando na autoridade de Deus. Como ex-gay do Brasil, quero dizer que eu fui alcoólatra, fui drogado, planejei assalto a banco. Lamentavelmente, tive uma vida, há 25 anos, de lamento e de tristeza, por desobedecer a pai e mãe,” citou na ocasião.
Resposta à Lei da Homofobia
Na época, Isidório também afirmou que o projeto era uma resposta à Lei da Homofobia (Lei nº 7.716/1989) e defendeu que a matéria contribui para não haver “inversão de valores”.
“Quem quiser ser gay, que seja! É um direito das pessoas e é nossa obrigação respeitar as opções. Todavia, ser heterossexual é coisa de Deus, é bom e agradável a Deus, senão a humanidade estaria exterminada, porque homem com homem não faz filho, e mulher com mulher também não”, insistiu.
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