14 de agosto de 2024
Racismo • atualizado em 24/05/2023 às 12:38

Deputado denuncia jogo ‘Simulador de Escravidão’, disponível em loja do Google

Com mais de mil downloads, game desenvolvido pela Magnus Games traz imagens de homens pretos trabalhando para senhor branco
Imagens: reprodução
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O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) denunciou nesta quarta-feira (24), que o Google mantém em sua loja de download de aplicativos um jogo “Simulador de Escravidão”. O app, já baixado por mais de mil pessoas, realmente simula uma história onde um proprietário de escravos deve criar estratégias para “extrair lucros e evitar rebeliões e fugas”.

Na publicação, Orlando diz que a “brincadeira” é “desumana, nojenta, estarrecedora. É CRIMINOSO!”. Denúncia vem dias após polêmica envolvendo jogador brasileiro Vini Jr., do Real Madrid, que sofreu racismo de integrantes de uma torcida durante partida no campeonato LaLiga, na Espanha. Confira postagem do parlamentar.

O jogo “Simulador de escravidão”, desenvolvido pela Magnus Games, mostra imagens em desenhos de homens negros escravos trabalhando para um homem branco, como era no tempo da escravidão. Na descrição, na loja do Google, aparece que o jogador deve “gerenciar seus escravos, mudar suas condições de vida e treiná-los”, “proteger seus escravos para evitar que escapam e se levantem” e “fazer negócios, atribuir escravos a diferentes empresas para trabalhar e gerar renda”, entre outros.

“Neste simulador de escravidão, existem 3 tipos de escravos: trabalhadores, gladiadores e escravos de prazer. Compre e venda-os. Cada escravo é adequado para um determinado negócio. Treine seus escravos para aumentar seu nível de maestria e renda”, completa a descrição.

O aplicativo, que foi lançado em 20 de abril deste ano e já tem mais de mil downloads, tem classificação livre e contém anúncios, mas, pela obviedade, jamais deveria existir e internautas afirmaram que não têm conseguido denunciar o jogo na Play Store.

Conforme publicou o jornal O Globo, os produtores do game disseram que o aplicativo foi criado apenas para “fins de entretenimento”, e que “condenam a escravidão no mundo real”. O Google, porém, não se pronunciou sobre o caso e até o início da tarde desta quarta-feira (24), o jogo ainda estava disponível para download.


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